quinta-feira, 31 de julho de 2014

Resumo de Anatomia Articular


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Articulações ou junturas representam a união entre ossos ou entre ossos e cartilagens nos diferentes segmentos corporais, permitindo mobilidade e conferindo funcionalidade a um determinado indivíduo.

Características morfofuncionais entre as uniões ósseas variam, determinando diferenças quanto aos movimentos

Funcionalmente, podemos classificar as articulações em:
1) Sinartrose: articulação imóvel
2) Anfiartrose: articulação ligeiramente móvel
3) Diartrose: articulação bastante móvel

O Sistema Articular é formado por um conjunto de articulações, ponto de contato entre dois ou mais ossos. Existem três tipos de articulações: sinartrose (inflexíveis), anfiartrose e diartrose  (permitem movimentos).
Essa mobilidade, porém causa um atrito, amenizado pelo Sistema Articular com a existência das bolsas sinoviais, que agem como amortecedores entre os ossos e os tecidos à sua volta (outros ossos, tendões, etc) .
De acordo com o tipo de tecido entre as peças, as articulações podem ser classificadas em 3 grandes grupos:

1) Sinoviais (diartroses) 
2) Cartilaginosas (anfiartroses)
3) Fibrosas (sinartroses)
  • Sinoviais – possuem um espaço entre os ossos e são separadas de acordo com os eixos de movimentos:
    • Uniaxial (1 eixo, 2 movimentos):
      • Gínglimo ou articulação em dobradiça (permite extensão e flexão): falanges, cotovelo.
      • Gínglimo ou dobradiça atípica: joelho (pequena rotação)
      • Trocóide ou pivô (permite movimento de rotação, onde um osso desliza sobre outro fixo):articulações rádio-ulnar e atlanto-axial.
      • Plana ou artródia (deslizamento para frente e para trás): articulações dos ossos carpais e tarsais, articulação da mandíbula.
    • Biaxial (2 eixos, 4 movimentos):
      • Condilar ou elipsóide (extremidade côncava em contato com outra convexa, limitando o movimento): articulações atlanto-occiptal e entre o punho e o carpo.
      • Selar (relacionamento de extremidades de igual curvatura, permitindo a circundação): articulação carpo-metacarpal do polegar.
  • Triaxial, esferóide ou enartrose (3 eixos, 6 movimentos): articulação do quadril.
  • Poliaxial (triaxial com maior mobilidade): articulação do ombro.
  • Fibrosas ou sinfibrosas – articulação fibrosa é aquela que apresenta tecido fibroso interposto entre os ossos, podendo ser:
    • Suturas
    • Dentadas
    • Escamosas
    • Planas
    • Gonfoses – articulações fibrosas que ocorrem entre cavidades e saliências (ex. dentes e maxila, dentes e mandíbula)
    • Sindesmoses – articulações fibrosas ligadas por fibras colágenas ou lâminas de tecido fibroso - membrana interóssea (ex.rádio e ulna; tíbia e fíbula)
  • Cartilaginosas – são as articulações que apresentam cartilagem entre os ossos, podendo ser:
    • Sincondroses – ossos que aderem por cartilagem hialina que mais tarde ossifica; Seqüência: osso-cartilagem-osso (ex. sacro e cóccix)
    • Sínfises ou anfiartroses – existe uma fibrocartilagem espessa interposta; Seqüência: osso-cartilagem-disco-cartilagem-osso (ex. articulações entre corpos vertebrais)
A principal característica das sinartroses é a sua quase que total imobilidade, já que são articulações formadas pela sólida união de dois ou mais segmentos ósseos, formando uma camada protetora dos tecidos que revestem o exterior do esqueleto, como os ossos do crânio e da face, por exemplo. São classificadas em concordantes e discordantes:
  • Concordantes – adaptam-se uma à outra
    • Planas ou artrodias – superfícies planas (ex. corpo da vértebra, cabeça da costela e vértebras vizinhas)
    • Enartroses ou esféróides – superfícies esféricas (ex. úmero com escápula, fêmur com osso coxal)
    • Trocartroses ou trocóides – superfícies cilíndricas (ex. cabeça do rádio e ulna)
    • Trocleartroses ou ginglimos – forma de roldana (ex. úmero e ulna)
    • Condilartroses – forma de côndilo (ex. úmero e rádio)
    • Efipiartroses ou sela – forma de sela de montar (ex. clavícula, esterno e primeira cartilagem costal)
  • Discordantes – apresentam algo na articulação para que os ossos concordem
    • Meniscartroses – apresentam uma fibrocartilagem que aumenta a superfície articular e a torna mais côncava (ex. joelho)
    • Heteroartroses – (ex. entre atlas e áxis)

DPOC x Atividade Física: cuidados e preucações

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, mais conhecida pela sigla DPOC, é um distúrbio do sistema respiratório com duas causas diferentes: a primeira é a bronquite crônica, marcada pela tosse prolongada com muco, e a segunda está relacionada ao enfisema, doença que envolve a deterioração dos pulmões ao longo do tempo, causada pelo tabagismo. O que une essas duas alterações sob uma única nomenclatura é o fato de se tratarem de problemas crônicos, portanto sem cura, porém com tratamento eficaz, e que causam as mesmas dificuldades de respiração. Além disso, elas costumam aparecer associadas. 

A DPOC não é uma doença apenas pulmonar. Ela causa uma inflamação que atinge a corrente sanguínea, que, por sua vez, libera mediadores inflamatórios que enfraquecem a musculatura. Essa perda de força muscular leva a pessoa que tem a doença a se tornar sedentária e ficar mais em casa, perdendo cada vez mais musculatura de pernas e braços. A falta de ar causada pelo distúrbio pulmonar é outro fator limitante. 

A prática de exercícios físicos vai atuar nessas duas frentes: os exercícios aeróbicos ajudarão a recuperar e manter o condicionamento cardiorrespiratório e os exercícios de resistência, feitos com pesinhos ou halteres, ajudarão a fortalecer a massa muscular. Portanto, a atividade física é uma boa maneira de tornar a DPOC mais fácil de conviver". Mas antes de calçar o tênis e sair por aí se exercitando, existem alguns cuidados que você deve tomar. Eles impedem que você pratique mais exercícios do que o recomendado ou ignore sinais de que seu corpo está cansado, por exemplo. Confira quais são eles a seguir e recupere - ou mantenha - a sua qualidade de vida.

Exames médicos

   Antes de começar a fazer exercício físico, é fundamental que o portador de DPOC vá ao médico e faça exames para ver se ele está apto a fazer a atividade e ainda quais são os limites que devem ser respeitados durante o treino. Além da avaliação clínica que inclui o estado geral do paciente, verificação do uso das medicações e exames mais simples, como o de sangue, o portador de DPOC passará por um teste de esforço feito na esteira, em que será observado, principalmente, se há queda da oxigenação do sangue. Caso o paciente esteja bem, mas apresente queda da oxigenação, haverá a necessidade de usar oxigênio extra através de uma cateter nasal durante o exercício. Caso o paciente esteja bem e não tenha queda da oxigenação, poderá se exercitar sem uso de oxigênio extra, apenas prestando atenção aos sinais do corpo, como cansaço e falta de ar.

Uso de suplementação de oxigênio

Como foi dito acima, o uso de suplementação de oxigênio não é um impeditivo para a realização de exercícios físicos. Existem três formas de ofertar oxigênio: através de grandes cilindros, de concentradores de oxigênio - que são ligados na tomada e separam o oxigênio de todos os outros componentes do ar - e do oxigênio líquido, que se transforma em gás para respiração. Tanto os concentradores de oxigênio quanto o oxigênio líquido podem ser portáteis: o primeiro pode funcionar à bateria, com duração média de seis horas, e ser transportado numa maleta, enquanto o oxigênio líquido pode ser levado numa garrafa. O oxigênio chegará ao paciente através de um cateter plástico que sai do recipiente é encaixado no nariz. Ele pode ser retirado quando não for mais necessária a oferta de oxigênio.

Atenção aos sinais e sintomas

Dentre todos os sinais que podem aparecer durante a atividade física o que sempre aparece primeiro é falta de ar. Depois podem surgir cansaço extremo, chiado no peito, tontura e sensação de coração acelerado. Caso isso aconteça com você, o recomendado é parar o exercício e respirar tranquilamente até que se sinta bem novamente. Caso esteja difícil de respirar, a dica é, em vez de soltar o ar pela boca de uma vez só, expirar fazendo bico, como se estivesse soprando. Essa manobra ajuda a fazer com que o ar chegue a todo o pulmão.

Respiração

Quem tem DPOC deve sempre ficar atento à respiração na hora de fazer exercícios físicos, no entanto não é preciso forçá-la a seguir algum padrão, basta fazê-la naturalmente, de maneira confortável e que não falte ar. Mas vale lembrar que a respiração pelo nariz é sempre melhor, pois aquece, umidifica e filtra o ar, mas se você sentir necessidade de respirar pela boca, faça isso, pois pode ser um sinal de que o seu corpo precisa de mais oxigênio. Pacientes que usam cateter nasal com suplementação de oxigenação devem, em toda respiração, puxar o ar pelo nariz, caso contrário não conseguirão todo o oxigênio de que precisam. Caso você sinta falta de ar, além de parar o exercício, solte o ar fazendo bico, como se estivesse soprando, permitindo que o oxigênio chegue a todo o pulmão.

Cuidado com a intensidade

Os portadores de DPOC têm uma restrição funcional que deve ser respeitada na hora de começar a praticar exercícios físicos. Os sistemas respiratório e cardiovascular terão mais dificuldade em fazer que o oxigênio chegue até os músculos, portanto o desempenho sempre será menor em comparação com um indivíduo saudável no mesmo nível de treinamento - a fadiga do músculo acontecerá em menos tempo?. Por isso, as únicas regras quanto à intensidade do exercício é começar sempre de maneira leve e elevar de maneira sutil.

Caminhadas leves de 30 minutos feitas de três a quatro vezes por semana são uma boa forma de iniciar. Mas o ideal é sempre obedecer as recomendações do seu médico sobre a intensidade a ser seguida. A evolução da atividade física dependerá de muitos fatores, como idade, condicionamento físico e estágio da doença, por isso, o recomendado é conversar com o médico ou com o profissional que acompanha os exercícios quando o paciente se sentir apto a progredir a intensidade. Mas a regra geral é jamais fazer essa alteração por conta própria.

Faça pausas

Caso o paciente de DPOC sinta cansaço frequente durante o exercício, pode fazer pausas ou diminuir o ritmo sem maiores problemas. O objetivo do exercício nesse caso é promover qualidade de vida, não gerar qualquer tipo de competitividade. As pausas são uma boa estratégia para que a oxigenação do sangue mantenha-se estável durante a atividade física. Elas devem ser feitas de acordo com a falta de ar, caso ela apareça, o ideal é descansar por um ou dois minutos. Se ela passar, é possível continuar num ritmo mais baixo. Mas se ela persistir ou for muito forte, é importante parar a atividade.

Faça um relatório da atividade

Uma ideia para manter o exercício físico numa intensidade adequada é fazer um relatório sobre a atividade realizada e como o paciente se sentiu durante ela. O ideal é compartilhar esse material com o pneumologista para que ele diga se o paciente está no caminho certo ou se o treino precisa de adaptações. Outra dica é anotar o tempo, a intensidade e o tipo de atividade física, além de pausas e da sua sensação.

Não fique só no exercício aeróbico

Oliver Nascimento explica que a doença pulmonar obstrutiva crônica causa a liberação de mediadores inflamatórios na corrente sanguínea que chegam aos músculos e causam seu enfraquecimento. Para brecar esse efeito danoso, o ideal é fazer exercícios físicos de resistência, como a musculação, por exemplo. Ela ajuda a reverter a perda de massa muscular e de quebra pode melhorar a restrição pulmonar, já que o músculo treinado capta o oxigênio do sangue com mais facilidade. Mas antes de começar esse treino, o paciente deve conversar com o médico e sempre iniciar com exercícios leves.

domingo, 6 de julho de 2014

Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea - TENS

Introdução
A eletroterapia em suas diversas modalidades é largamente utilizada pelos fisioterapeutas no tratamento de vários distúrbios.
 
Nos últimos anos houve grande evolução no conhecimento dos efeitos fisiológicos de correntes da aplicação dos agentes eletrofísicos nos tecidos.
 
O desenvolvimento da estimulação nervosa elétrica transcutânea – TENS – está baseado diretamente no trabalho inovador de Melzack e Wall(1965) que constitui a teoria da comporta para explicar o controle e modulação da dor. 

As pesquisas realizadas sobre as alterações patológicas constatadas em nervos em seguida a lesões levou a justificação cientifica para a aplicação de impulsos elétricos a nervos lesionados, com a finalidade de modificar suas respostas anormais. Estes achados , e a teoria do controle da ponte, formam a base de boa parte de nossa compreensão dos mecanismos da dor , e esclarecem o valor terapêutico da estimulação nervosa elétrica. Durante séculos, a estimulação elétrica vem sendo utilizada para o alivio da dor. A estimulação nervosa elétrica transcutânea é uma corrente de baixa freqüência , quando comparada a todo o espectro das frequências da corrente elétrica disponíveis para usos terapêuticos.

Com a proposição de novas teorias neurológicas que explicam a dor e os mecanismos de analgesia, admitiu-se a TENS como sendo uma estimulação sensitiva transcutânea diferencial das fibras proprioceptivas do tato, a grande velocidade de condução. 


Conceito

Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea é o método de estimulação dos nervosos periféricos através de eletrodos acoplados à pele com fins terapêuticos. É uma corrente analgésica, ela atua nos sistemas modulares da dor, aumentando sua tolerância à dor causando uma analgesia.
 
Segundo o Doutor Rinaldo Guirro , a estimulação elétrica nervosa transcutânea é um valioso recurso físico para o alívio somático da dor , seja ela proveniente de lesões agudas ou mesmo decorrentes de processos crônicos.


Fisiologia da Dor

A dor tem como objetivo principal o de proteção e surge quando existe uma lesão de tecido. O sistema nervoso é composto por dois sistemas funcionais: o sistema nervoso periférico e o sistema nervoso central . Antes do nascimento o feto é capaz de perceber e processar estímulos. Entre as 20 e as 24 S de gestação as sinapses nervosas estão completas para a percepção da dor. As terminações nervosas livres existentes na pele e noutros tecidos possuem os receptores da dor. É através do sistema nervoso periférico que o estímulo da dor é percebido e captado. Os nervos sensoriais e motores da coluna espinhal conectam os tecidos e órgãos ao sistema nervoso central, completando assim o sistema.
 

Receptores Nervosos Sensoriais

Recebem e transmitem a dor ao longo dos tecidos do corpo e agrupam- se em:
 
1 - receptores mecânicos: captam informações tácteis
2 - receptores térmicos: captam informações térmicas
3 - receptores químicos: detectam as químicas orgânicas como o olfato, paladar e alterações bioquímicas do sangue
4 - receptores electromagnéticos : detectam informação da luz e do som
5 - receptores da dor ou terminações nervosas livres: detectam lesões físicas e químicas nos tecidos

Fibras Sensoriais e Sistema Endócrino

O impulso gerado pelo estímulo é transmitido para a espinha dorsal através das fibras A-delta (que são mielinizadas e conduzem o impulso doloroso rapidamente) e as fibras C (não mielinizadas que conduzem o impulso lentamente).

Este sistema governa a transmissão química dos sinais da dor. Estas hormônios dividem-se em:

Neurotransmissores - transmitem impulsos através das sinapses. São eles a epinefrina,norepinefrina, dopamina e acetilcolina. Este processo ocorre por volta da 16ª e 21ª semana de gestação.

Neuromoduladores - a endomorfina (opiáceo natural produzido pelo corpo) possuindo cação idêntica à morfina. Pensa-se que esta hormônios impede a transmissão do impulso da dor, bloqueando a libertação dos neurotransmissores excitatórios.

Mielinização
 
A bainha da mielina encontra-se ao longo do axônio e os impulsos dolorosos são conduzidos de nodo a nodo pelo nervo mielinizado excitando um nodo após o outro. Este processo aumenta a velocidade de transmissão do estímulo doloroso. No RN há uma deficiência de mielina ao redor dos axônios, que faz com que a velocidade de transmissão da dor seja um pouco mais lenta que no adulto.
 
Sistema de Controle da Dor no Cérebro e na Medula Espinhal

A estimulação elétrica em regiões diversas do cérebro e medula pode reduzir ou mesmo bloquear os impulsos dolorosos transmitidos na medula. Foram descobertos dois sistemas de opiáceos no cérebro, compostos semelhantes à morfina, as encefalinas e as endorfinas. Estas atuam como transmissores excitadores que ativam porções do sistema analgésico do cérebro
 

O Equipamento

Consiste de uma fonte de voltagem grande de pulsos, eletrodos e cabos interconectantes.

 
Fios Elétricos

O potencial elétrico (ou corrente elétrica) gerado pela TENS é transmitido através dos fios elétricos , desde o aparelho de TENS até o eletrodo , que está aplicado à pele do paciente. É importante que estes fios ou cabos elétricos sejam suficientemente robustos para que possam suportar as atividades do dia-a-dia. Na maioria dos casos , o cabo elétrico é conectado numa tomada de saída comum. Em seguida, o cabo se bifurca , indo inserir-se nos dois eletrodos.
 

Eletrodos : Sua Característica
 
O tipo mais comum de eletrodo , fornecido como equipamento padrão juntamente com a maioria dos aparelhos de TENS , é negro, de borracha de silicone impregnada com carbono.
 
Para a estimulação do tecido excitável com um único pulso de corrente, três critérios devem ser preenchidos : o estímulo precisa ter uma ascensão abrupta,o pulso precisa ter largura adequada, e a intensidade precisa ser limiar ou supra limiar.
 
No tecido nervoso , sabe-se que quanto maior o diâmetro da fibra mais baixo seu limiar de resposta e mais breve sua cromaria. As diferenças nas características de estímulos-resposta entre as populações de fibras maiores e fibras pequenas tornam possível a geração de impulsos de certas formas , estes impulsos podem estimular preferencialmente as grandes fibras A aferentes, que aluarão bloqueando a descarga dos impulsos da dor pelas fibras A-deltas e C.
 

Posicionamento dos Eletrodos

O local selecionado deve permitir que a estimulação seja facilitada ao sistema nervoso periférico e ao sistema nervoso central;
 
A área selecionada deve estar anatômica ou fisiologicamente relacionada à fonte da dor ;
 
A pele deve estar limpa a fim de diminuir a resistência da pele;
 
Os eletrodos devem estar bem fixados ao tecido em tratamento.
 

Fonte de Energia

O tens é uma corrente despolarizada.
 
Os geradores da TENS podem receber sua fonte de energia primária de uma fonte convencional de correntes alternadas de 60 Hz. Sendo então modifica pelo gerador para a produção de uma das formas típicas de ondas do TENS.
 
Forma de Onda

A forma mais comumente produzida é uma onda quadrada balanceada, assimétrica, bifásica com um componente de CD de rede igual a zero. A área sob a onda positiva é igual à área sob a onda negativa . Não são produzidos efeitos finais polares, o que evita a formação , a longo prazo, de concentrações iônicas positivas-negativas por baixo de cada eletrodo, ou no interior dos tecidos. Conseqüentemente,não há reações cutâneas adversas em decorrência de concentrações polares.
 
Freqüência ou Velocidade de Pulso
 
A freqüência de pulso é variável em todos os aparelhos, e a faixa de variação dos parâmetros também varia, na média de 1 a 150 pulsos por segundo, ou hertz (Hz). Uma baixa freqüência, digamos 10 pulsos por segundo , é descrita pelo paciente como uma sensação de “coceira” lenta, enquanto que uma freqüência elevada é expressada como uma sensação contínua de vibração.
 

Efeitos Neurofisiológicos da TENS

Os estímulos provenientes do sistema aferente sensitivo , atingem a via trato espino talâmico , principalmente núcleos periaquedutais que sob controle cortiçal e do sistema límbico liberam então endomorfinas as quais produzem alívio da dor.
 
A função básica da TENS é a ANALGESIA.
 
A teoria das comportas é uma outra forma de explicar a neurofisiologia de TENS. Os impulsos da TENS são transmitidos através de fibras de grosso calibre , do tipo A, que são de rápida velocidade, já os estímulos da dor são transmitidos através da fibras de calibre menor, do tipo C, que são lentas.
 
Desta forma os estímulos da TENS chegam primeiro ao corno posterior da medula, e despolarizam a substância gelatinosa de Holando, impedindo que os estímulos da dor passem para o tálamo. Sendo assim, as comportas ou portões da dor são fechados, daí o nome: Teoria das Comportas ou Porta da dor.
 

Ajuste das Modulações

Existem 6 modalidades diferentes:

Convencional dor aguda

A estimulação convencional, de alta freqüência, pode ser definida como cadeia contínia, ininterrupta, de impulsos de alta freqüência grados com curta duração e baixa amplitude.

- Freqüência: 50 a 100 Hz (alta)
- Duração: 40 a 75 microssegundos
- Amplitude: subjetiva, devendo ser propiciada de modo a assegurar que a estimulação permaneça apenas dentro dos limites as estimulação sensitiva, resultando uma sensação forte, mas confortável.

No modo convencional a TENS recruta, preferencialmente, grandes fibras A-beta, estabelecendo um sintoma de controle da dor por pequenas fibras. Através do interneurônio no corno dorsal da medula, ao nível da "comporta" na substancia gelatinosa.


Convencional dor crônica

- Freqüência de pulso: baixa (100 a 130 Hz)
- Duração do pulso: 100 à 300 microssegundos (largo)
- Intensidade: desconfortável alta
- Início do alívio: 20 minutos
- Duração do alívio: 20 min à 02 horas.

Breve Intenso

É muito similar ao modo convencional, em que o estímulo é formado por uma cadeia ininterrupta de impulsos em freqüência muito elevadas, larguras moderadas e intensidade moderada.

- freqüência: Alta (abaixo de 100 Hz).
- Duração: 200 microssegundos (Largo).
- Amplitude: Forte, ao nível de tolerância.
- Início do alívio: 10 a 15 minutos.
- Duração do alívio: Pequeno, apenas durante a estimulação.


Acupuntura

A estimulação de baixa freqüência tem propiciado alívio à dor. O mecanismo de ação que produz analgesia com estimulação de baixa freqüência tem sido descrito como sendo mediado por opiáceos.

A liberação dos peptídeos opóides que poderia resultar em analgesia deve ser parcial ou completamente revertida pelo naloxone.
 
- Freqüência: 1 à 4 Hz
- Duração: 200 microssegundos
- Amplitude: Contrações musculares de baixa freqüência, visíveis.


Burst ou Trem de Pulso

- Freqüência: Trens de larga freqüência 970 a 100 Hz, modulados a uma freqüência de 2 Hz.
- Duração: 100 a 200 microssegundos
- Amplitude: Contrações rítmicas, toleráveis
- Início do alívio: 10 a 30 minutos
- Duração do alívio: 20 min à 06 horas

Obs.: Também faz analgesia na fase crônica.

Modulado

- Freqüência de Pulso: 50 à 100 Hz
- Duração do Pulso: 40 à 75 microssegundos.
Pode modular cada pulso do trem de pulso. Intensidade: Variável de acordo com a forma de modulação.
- Início do alívio: Depende da forma de modulação.
- Duração do alívio; Depende da forma de modulação.


Indicações

- Artrose
- Fibromialgia
- Analgesia da dor

 
Contra - Indicações

TENS é uma modalidade extremamente segura/em geral as contra - indicações baseiam-se no bom senso comum, e são citadas pelos fabricantes como forma de evitar possíveis litígios. As contra - indicações mais comumente citadas são : 
 
Não use em pessoas que :
 
- Usam marcapassos;
- Sofrem cardiopatia ou disritmias;
- Apresentam dor não diagnosticada;
- Com epilepsia;
- Nos tres primeiros meses de gestacao;
- Não usar na boca, no seio carotídeo, pele anestesiada, proximidades do olho.
 

Conclusão

A eficiência no uso da TENS está diretamente relacionada à forma do estímulo, sua intensidade, freqüência e a colocação dos eletrodos. Esses cuidados possibilitam uma resposta neuromuscular eficiente, graças à variação ao tempo de ação e resposta. Pode ser empregada isoladamente, principalmente nos casos em que o paciente relata dor, ou associada a atividades respiratórias e fonatórias. Esses procedimentos ficam a cargo de cada terapeuta e das possibilidades em realizar as atividades propostas por cada paciente. Finalizando, cabe ressaltar que a TENS, por si só, não "cura" a disfonia. Ela cria, sim, melhores condições para o desenvolvimento da terapia e para a aplicação das técnicas convencionais
 
Sabe-se que nervos e músculos são extremamente sensíveis à estimulação elétrica, com a vantagem de provocar reações controladas com tempo e intensidade constantes.

A TENS age sobre as fibras nervosas aferentes como um estímulo diferencial que "concorre" com a transmissão do impulso doloroso. Ativa as células da substância gelatinosa, promovendo uma modulação inibitória segmentar, e, a nível de SNC, estimula a liberação de endorfinas, endomorfinas e encefalinas. Através da ativação do Sistema Analgésico Central (SACI), resulta numa diminuição ou bloqueio da percepção central à dor.

 
Bibliografia 
 
Eletroterapia de Clayton - 10º edição Sheila Kitchen e Sarah Bazin Editora Manole Ltda - 1999
FisioWeb WGate - Referencia em Fisioterapia na Internet
Fisionet.com.br
Fisioterapia.com.br 

Biomecânica da Marcha

A locomoção bípede, ou marcha, é uma tarefa funcional que exige interações complexas e coordenação entre muitas das principais juntas do corpo, particularmente da extremidade inferior.

O movimento ao redor da junta do quadril durante a marcha ocorre em todos os três planos: flexão-extensão. adução-abdução e rotação interna-externa. A flexão-extensão é o movimento primário que acontece em torno da junta do joelho durante a marcha, embora os movimentos valgo-varo e rotacionais estejam presentes em menor extensão.

Por causa de sua morfologia óssea, a junta talocrural sustenta apenas flexão plantar e dorsiflexão durante a marcha. O movimento subtalarmesotarsal e falângico auxilia ainda mais no fornecimento da adaptação à superfície de sustentação, bem como na rigidez para a propulsão.

A parte superior do corpo, incluindo a pelve e o tronco, sofrem deslocamentos senoidais em todos os três planos cardeais. O tronco e a pelve rodam em direções opostas, enquanto a cabeça geralmente permanece estável. A oscilação dos braços envolve a rotação e flexão-extensão do ombro, flexão-extensão do cotovelo e pronação-supinação do antebraço.

O ciclo da marcha, ou passada, é definido como a ocorrência de um evento em um membro inferior até a próxima ocorrência do mesmo evento no mesmo membro inferior. É mais tipicamente demarcado pelo contato inicial ipsilateral sequenciado. A fase de apoio ocupa 60% da passada e é dividida em seis eventos ou períodos: contato inicial, resposta de carga, fase média do apoio, fase terminal do apoio, pré-oscilação e dedos-fora. A fase de oscilação ocupa 40% da passada e é dividida em períodos: oscilação inicial, oscilação média e oscilação terminal.

Os momentos da junta internos indicam o momento global da força gerada pelos músculos, ossos e tecidos moles passivos, que se contrapõem à tendência para a rotação da junta provocada pela gravidade.

A força da junta é o produto da velocidade angular da junta e o correspondente momento interno em um determinado ponto no tempo. Ela indica a geração ou absorção da energia mecânica pelos grupos musculares e por outros tecidos moles.

coativação de grupamentos musculares agonistas-antagonistas geralmente acontece durante os períodos de transição cinemática, quando uma junta pode estar intervendo a direção da rotação.

As limitações de movimento ou os distúrbios do controle motor que afetam um dos segmentos do membro inferior alterarão potencialmente os padrões de movimento e o controle motor em todas as outras juntas durante a marcha.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

R.P.G na Escoliose.

R.P.G. REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL

R.P.G. (Reeducação Postural Global) É uma técnica, de origem francesa, muito usada para correções posturais: escoliose, hipercifose, gibosidade (corcunda ), hiperlordose, etc.
Os desvios posturais causam inúmeros problemas, dos quais o paciente nem pensa que a causa seja o desvio postural.
Posso citar, como exemplo, a barriga saliente, o paciente é "barrigudo", tenta inúmeros tratamentos para obesidade, faz abdominais incansáveis nas academias de ginástica, mas não consegue resultado algum.
O problema está na curvatura chamada hiperlordose.Esta curvatura, que ocorre na coluna lombar, faz com que a barriga seja projetada para a frente, que causa mais peso na coluna, formando um círculo vicioso de dor e efeito anti estético.
Este desvio da coluna é muito mais comum do que se possa imaginar, acometendo uma grande parcela da população.
Outro exemplo de como a postura da coluna é importante, é o caso de hérnia de disco causada por escoliose. Se deseja saber mais sobre hérnia de disco visite minha outr página (HÉRNIA DE DISCO).
Felizmente a R.P.G. (Reeducação Postural Global) oferece resultado para estes e outros problemas posturais, sem sofrimento.
É um tratamento agradável, sem uso de medicamentos. Apenas com manipulações sobre a coluna, pernas e braços do paciente.
Os direitos autorais sobre a hp rpg, reedução postural, correção postural são reservados ao Dr. Gilberto Agostinho.

R.P.G. E A MECÂNICA DA NOSSA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral, do ponto de vista mecânico é um verdadeiro milagre.
São 33 vértebras (7 cervicais + 12 torácicas + 5 lombares + 5 sacrais e 4 no cóccix), uma sobre a outra, tendo que manter o próprio equilíbrio e ainda sustentar o peso da metade superior do corpo mais pesos extras. E se não bastasse isso, ainda consegue dar movimento ao conjunto, como se abaixar, virar ao lado, etc. isto tudo por muitos anos.
Por isso ela (a coluna) merece uma manutenção, afinal dependemos do seu bom funcionamento.
Por incrível que possa parecer a posição ereta do ser humano ainda não esta totalmente desenvolvida. O fato de andarmos no modo bípede favorece o aparecimento de problemas na coluna.
De acordo com a concepção darwiniana, que nos ensina sobre a seleção natural das espécies, os macacos foram aos poucos desenvolvendo mais os membros inferiores e nos membros superiores desenvolveram mais a destresa no manuseio de alimentos.
Como o aparecimento do homem ainda é recente, se comparado com a idade de nosso planeta, não houve tempo hábil para que a coluna se desenvolvesse de acordo para suportar toda sua carga de trabalho.
Por esse motivo é tão comum problemas na coluna na sua grande maioria posturais.
A partir do momento que conhecemos melhor nossa coluna, dando a devida atenção e manutenção, não exigindo mais do que ela nos pode dar, poderemos viver sem dores com uma coluna saudável.
Na figura 1 podemos observar o perfil de uma coluna boa. A curvatura lombar é fisiológica (natural) devido o citado acima: o ser humano ser bípede. Esta curvatura é chamada de lordose e na região torácica ocorre outra curvatura, chamada de cifose. Esta é decorrente da lordose.
Enquanto estas duas curvaturas não estão acentuada a pessoa esta muito bem. Os problemas ocorrem quando inicia o aumento destas curvaturas.
Observe agora a figura 2, onde a pessoa está com acentuadas curvaturas, tanto lombar como torácica.
Os direitos autorais sobre a hp rpg, reedução postural, correção postural são reservados ao Dr. Gilberto Agostinho.
Agora as curvaturas passam a ser chamadas de hiperlordose (lombar) e hipercifose(torácica). Observe que até o abdomem fica mais aparente, seguindo a curvatura da coluna. É muito comum pessoas nem serem obesas e terem uma barriga muito grande, nem imaginam mas o problema esta na sua coluna.
Os fatores que fazem o aumento da lordose são váriados, mas um dos mais importantes é um músculo chamado iliopsoas (na realidade são dois músculos: o ilíaco e o psoas maior) que é fixado no trocanter menor (uma região do osso femur, da coxa) e nas cinco vértebras lombares), trata-se de um músculo muito forte que tem a função de flexionar a nossa coxa, com indiscutível utilidade no nosso caminhar, porém o seu encurtamento traciona a coluna nas figuras 3 e 4 são vistas de frente, pode-se observar onde se localizam suas fixações.
Veja agora, na figura 5, a resultante da força de tração causada pelo músculo iliopsoas e entenda por que ele músculo causa tanto estrago na coluna quando está encurtado. A força exercida é em direção para a frente, causando a hiperlordose.
Este é um dos motivos que sempre recomendo aos pacientes que só durmam na posição de lado. Como na figura 6, pois quando se deita de barriga para cima o citado músculo continuará puxando a coluna para cima, como quando se está em pé. E quando de deita de barriga para baixo também estará se forçando a coluna.

R.P.G. (Reeducação Postural Global)

A R.P.G. (Reeducação Postural Global) é uma técnica muito usada para correção de escoliose, hipercifose, gibosidade (corcunda) ou quaisquer desvios da coluna vertebral ou membros (pernas ou braços).
A técnica da rpg foi desenvolvida pelo Dr. Philippe E. Souchard na França, no início dos anos 70. Baseia-se na teoria do campo fechado. Esta teoria esclarece que o ser humano para conseguir permanecer em pé, correr e realizar a infinidade de movimentos diários, depende da harmonia das cadeias musculares, da dinâmica e cadeias musculares da estática , que com suas contrações e descontrações constantes e precisas permite-nos realizar uma infinidade de movimentos com equilíbrio e graça. Somente o fato de ficarmos em pé, já é algo maravilhoso.
Veja: façamos uma comparação do ser humano com uma caneta (comparação da relação altura / área ocupada no solo), imagine, agora, uma caneta fazendo todos os movimentos que realizamos. Pois bem, nós só conseguimos realizar todos os movimentos, graças ao trabalho constante de todos os músculos do nosso corpo, desde o mais poderoso até aqueles pequeninos músculos que se ligam de uma vértebra a outra.
Uma das grandes responsáveis por manter nossa postura em pé é a coluna vertebral.
Esta figura demonstra o que chamamos de cadeia muscular posterior. Apenas um encurtamento de músculos dela, pode acarretar p. ex. uma hiperlordose lombar, alterações no joelho, entre outras alterações.
Existem, evidentemente outras cadeias musculares com suas respectivas alterações posturais e dores relacionadas.
Os direitos autorais sobre a hp rpg, reedução postural, correção postural são reservados ao Dr. Gilberto Agostinho.
Observamos que quando um músculo é afetado, todos os outros músculos da mesma cadeia muscular também o serão. Por exemplo: se uma pessoa sofre um ferimento na panturrilha (músculos da "batata" da perna), começará a mancar e a desenvolver um desvio postural, devido a dor. Após algum tempo o ferimento não existe mais, porém o corpo acabou por assumir uma postura errada, criando retrações em músculos importantes na cadeia muscular posterior, estas retrações acarretaram outros problemas. Com o passar dos anos a pessoa nem se lembra mais do ferimento na panturrilha, e tem um problema em outra região do corpo, problema este, relacionado ao ferimento inicial. É nesta hora que entra a função do RPG: em primeiro lugar será feita uma avaliação completa da postura da pessoa, e serão analisadas as posições que mais lhe causem dor, aí chegaremos a uma conclusão do que está afetando aquela pessoa. Com certeza, para surpresa do paciente, aquela panturrilha será identificada como uma das causas da sua dor.
Nesta figura podemos ver duas pessoas: a pessoa da direita está com uma postura correta, demonstrando não sofrer de retração em nenhuma cadeia muscular, a sua região lombar tem a curva fisiológica(normal), a cabeça não está projetada para frente. Já a pessoa da esquerda demonstra uma hiperlordose (concavidade lombar muito acentuada e uma gibosidade (convexidade dorsal muito acentuada), e cabeça caida para frente. Isto não reflete apenas um problema estético, mas principalmente um desequilíbrio sério, causando transtornos para sua saúde.
Aproveito o momento para lembrar às mães, que não adianta ficar chamando a atenção dos filhos adolescentes, que estejam desenvolvendo um desvio postural ( p. ex: ESCOLIOSE), pois estes não têm como resolver o problema por si mesmo, apenas tentando corrigir a própria postura.

MÉTODO DO TRATAMENTO COM R.P.G.(Reeducação Postural Global)

O método de tratamento com rpg - Reeducação Postural Globa é totalmente isento de medicamentos e consiste de manipulações vertebrais e de membros, visando a liberação e alongamento total de músculos que com o passar dos anos ficaram encurtados causando os desvios posturais.
Estas manipulações são sincronizadas com respiração específica para cada caso. É solicitado ao paciente um determinado tipo de respiração, como p. ex.: respiração abdominal, respiração apical etc. Assim haverá um ajuste entre respiração e postura. Isto é necessário pois o principal músculo da respiração(músculo diafragma) tem uma grande importância em muitos desvios.
Desta forma a R.P.G. (Reeducação Postural Global) trata o paciente globalmente, ou seja, o corpo todo é tratado.

ESCOLIOSE

Para entender o que é escoliose, devemos saber que a coluna vertebral, vista por trás, deve ser "reta". Qualquer desvio para os lados pode configurar uma "escoliose". Mas, preste atenção. Um desvio lateral mínimo, causado, por exemplo, por maus hábitos posturais, deve ser caracterizado como uma atitude escoliótica.
Por outro lado, a escoliose é uma DOENÇA e deve ser tratada como tal. Antigamente, acreditava-se que a escoliose era somente um desvio lateral da coluna, chamada pelos leigos de "coluna torta". Atualmente, a definição correta é a de que a escoliose, doença, é um desvio tridimensional da coluna vertebral, ou seja, a coluna desvia-se nos três planos do espaço. Assim, a coluna realmente se torce, não somente para os lados, mas também para frente/trás e em volta de seu próprio eixo.

Resumindo, ATITUDES ESCOLIÓTICAS são desvios da coluna - em geral somente para os lados - que, com bastante freqüência, podem ser reduzidos totalmente, ou seja, testes de flexibilidade mostram que a coluna é flexível a ponto de retornar sua forma fisiológica. Têm causas que variam de um mau hábito postural a um desequilíbrio momentâneo de crescimento dos membros inferiores, por exemplo.

Por outro lado, ESCOLIOSES EVOLUTIVAS ESTRUTURAIS são aquelas que, em geral, vão evoluir, com alterações nos três planos do espaço e que devemos tentar brecar sua evolução o mais rápido possível. Testes de flexibilidade indicam que a coluna vertebral, neste caso, não pode mais ser reduzida à sua condição fisiológica.
Causa: Em cerca de 70% dos casos, nenhuma causa é encontrada e falamos, então, de escolioses idiopáticas. As escolioses idiopáticas acometem cerca de oito vezes mais as meninas que os meninos.

A freqüência de escolioses familiares é relatada por diversos autores, entre 30 e 80%, sendo 40% o índice mais freqüentemente citado. Atualmente, os especialistas convergem em direção a uma hereditariedade multifatorial, podendo associar retardo de maturação do sistema de equilibração e problemas metabólicos.

Existem algumas escolioses com causa definida, como, por exemplo, na paralisia cerebral, ou outras de fundo neurológico, bem como escolioses causadas por más-formações, poliomielite, distrofias musculares, síndromes específicas (Marfan, Rett, Ehlers-Danlos, etc.), tumores, etc.

Ela pode aparecer em qualquer idade, mas uma coisa é certa: a escoliose é uma DOENÇA DO CRESCIMENTO, ou seja, quanto menor for a criança, mais cuidados deveremos ter. Por outro lado, é durante os estirões que temos as maiores possibilidades de que ela "apareça" e, por isso, devemos redobrar nossas atenções em relação a ela, nestes períodos.

Como informação geral, saiba que há escolioses do recém-nascido (que aparecem no primeiro ano de vida), infantis (aparecem até 3 anos), juvenis (de 4 anos até a adolescência), do adolescente (quando devemos tomar muito cuidado) e as escolioses do adulto e do idoso, que surgem após a maturação do esqueleto.

- TRATAMENTO 

Novamente, dividiremos a resposta em duas: caso se trate de uma atitude escoliótica, a fisioterapia (existem vários métodos específicos para tratá-la) costuma dar bons resultados. No caso de uma escoliose evolutiva, diagnosticada precocemente, são três os recursos existentes: fisioterapia, colete e cirurgia. Evidentemente, estes recursos estão dispostos em ordem de gravidade, ou seja, só se opera uma criança quando todos os outros tipos de tratamento falham e a escoliose continua a evoluir.

- DURAÇÃO DO TRATAMENTO

Depende. Tanto para as atitudes escolióticas quanto para as escolioses idiopáticas evolutivas, o período fundamental de tratamento estende-se durante os períodos de crescimento. Generalizando, diríamos que, enquanto a criança crescer, há possibilidade de tratá-la. É claro que há um período, de cerca de ½ ano, quando o crescimento é dramático, e é neste período em que devemos concentrar todos os nossos esforços. Após este período, devemos continuar o tratamento até a completa maturação do sistema ósseo, mas podemos entender que as chances de melhora (ou de piora) reduzem-se bastante.esvios não evoluem, mas cerca de 25% dos casos podem evoluir. A evolução pode justificar somente observação, mas tratamento fisioterápico, ortopédico (utilização de coletes) ou cirúrgico podem ser necessários.