segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Lombalgia no Esporte

Lombalgia pode ser definida como qualquer dor, com ou sem rigidez (perda de mobilidade) que acomete da região lombar até a prega glútea. Quando existe uma irradiação dessa dor para as pernas ela passa a se chamar Lombociatalgia, porque se admite que o nervo ciático esteja envolvido. Nesses casos, é possível à dor estar acompanhada de déficit motor e/ou sensitivo, pois pode estar havendo um pinçamento do nervo ciático.

O Diagnóstico da lombalgia é feito através de uma avaliação bem elaborada com exames de imagem (Raio X e Ressonância Magnética) e questionamentos afins de identificar o tipo de dor, como ela acontece, que momento do dia ela ocorre e com qual gravidade e frequência ela aparece.

A Fisioterapia dispõe de diversos recursos e meios para tratar o quadro doloroso do paciente. Após uma resolução significativa da dor, o Fisioterapeuta passa a trabalhar na investigação e correção do fator causal da lombalgia.

Diversos quadros de lombalgias no esporte acontecem por problemas musculares, ou seja, um desequilíbrio da musculatura lombar, principalmente da musculatura profunda das costas, bem como um desequilíbrio da musculatura abdominal. Nesses casos, o Fisioterapeuta trabalha com o reequilibrio muscular através de alongamentos e fortalecimentos musculares, que devem acontecer de forma progressiva sem acarretar novas dores ao paciente. A Reeducação Postural Global (RPG) também é uma grande aliada no tratamento das dores lombares.

Alguns quadros de lombalgias e lombociatalgias podem acontecer em virtude de desvios rotacionais de vértebras da coluna lombar. Quando ele acontece, o Fisioterapeuta faz uso de técnicas manuais que vão ajudar no realinhamento vertebral e dessa maneira liberar os espaços articulares que podem estar aprisionando as raízes nervosas do nervo ciático.

Após a resolução dos problemas de dores lombares os pacientes devem ser orientados a mudarem alguns hábitos e tomar mais cuidado com posturas do dia a dia que podem novamente causar problemas e dores na região lombar.

Dica: Sempre que sentir algum problema ou dor na região lombar ou em qualquer parte do corpo não faça uso de automedicação. Procure sempre um profissional para o início de seu tratamento.

A importância da fisioterapia no esporte

Qualidade de vida e atividade física sempre caminharam juntas. Atualmente, as pessoas estão investindo cada vez mais em saúde e qualidade de vida por meio de diferentes práticas esportivas, dentre as quais podemos destacar as corridas de rua.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de pessoas que passaram a correr, procurando combater os males de um cotidiano estressante e sedentário. Porém, esse aumento na prática esportiva sem controle levou à maior incidência de lesões, as chamadas esportivas, que podem levar essas pessoas ao afastamento de suas atividades cotidianas. Entre as lesões mais comuns, podemos destacar as cãibras, tendinites, lesões musculares, lombalgias e canelites.

Em meio a esse cenário, a Fisioterapia surge como uma grande aliada, atuando na prevenção e reabilitação dessas lesões, bem como, das diversas lesões e patologias que acometem o sistema músculo esquelético (Aparelho Locomotor).

Dentre as funções do Fisioterapeuta Esportivo que atua com atletas de corrida, podemos destacar o auxílio durante a fase de preparação, quando o Fisioterapeuta, trabalha em conjunto com o preparador físico e treinador do atleta, realizando trabalhos de avaliação e correções posturais, avaliações quanto ao tipo de pisada do atleta e dessa forma sugerir mudanças e indicação do calçado mais adequado. Pelo conhecimento de Anatomia, Biomecânica, Cinesioterapia e Propriocepção, serão realizados trabalhos preventivos de reequilíbrio muscular, a fim de reduzir os riscos de lesões e dores, além de também evitar problemas e dores durante o treinamento e a prova.

Durante o evento esportivo o Fisioterapeuta vai assistir o atleta no que for necessário, auxiliando durante sua fase de aquecimento, e após a corrida, realizando desaquecimento, terapias para relaxamento muscular, e se necessário, alguma técnica Fisioterapêutica para dar início ao tratamento caso o atleta venha sentir alguma dor ou sofrer algum tipo de lesão.

Dica: Sempre que for participar de um evento esportivo procure a ajuda de uma equipe multidisciplinar com Médicos, Fisioterapeutas e Educadores Físicos. Esses profissionais em conjunto passarão todas as dicas necessárias para você conseguir todos seus objetivos esportivos com total segurança.

domingo, 19 de setembro de 2010

Areas onde atua a Fisioterapia(Informativo)

DEFINIÇÃO

Ciência aplicada tendo por objeto de estudos o movimento humano em todas as suas formas de expressão e potencialidades, tanto nas alterações patológicas quanto nas repercussões psíquicas e orgânicas.
Seu objetivo é preservar, manter (forma preventiva), desenvolver ou restaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistema ou função.
Como processo terapêutico utiliza conhecimentos e recursos próprios, utilizando-os com base nas condições psico-físico-social, tendo por objetivo promover, aperfeiçoar ou adaptar o indivíduo a melhoria de qualidade de vida.
Para tanto utiliza-se da ação isolada ou conjugada de fontes geradoras termoterápicas, crioterápicas, fototerápicas, eletroterópicas, sonidoterápicas e aeroterápicas além de agentes cinésio-mecanoterápicos e outros mais advindos da evolução dos estudos e da produção científica da área.
Atividade regulamentada pelo Decreto-Lei 938/69, Lei 6.316/75, Resoluções do COFFITO-Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Decreto 9.640/84, Lei 8.856/94 e Portarias do Ministério da Saúde.

FISIOTERAPEUTA

Profissional de Saúde, com formação acadêmica Superior, habilitado a construção do diagnóstico dos distúrbios cinéticos funcionais, a prescrição das condutas fisioterapêuticas, sua ordenação e indução no paciente, bem como, o acompanhamento da evolução do quadro funcional e a sua alta do serviço.
ATRIBUIÇÕES
O fisioterapeuta presta serviços nas áreas da saúde, educação, esporte, empresarial, atuando ainda no campo da pesquisa.
O exercício profissional do fisioterapeuta compreende a avaliação físico-funcional do paciente, a prescrição do tratamento, a indução do processo terapêutico, a alta no serviço de Fisioterapia e a reavaliação sucessiva do paciente para constatação da existência de alterações que justifiquem a necessidade de continuidade das práticas terapêuticas.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

1 - Fisioterapia Clínica
A - Hospitais e clínicas
B - Ambulatórios
C - Consultórios
D - Centro de reabilitação

2-Saúde Coletiva
A - Programas institucionais
B - Ações Básicas de Saúde
C - Fisioterapia do Trabalho
D - Vigilância Sanitária

3-Educação
A - Docência (níveis secundário e superior)
B - Extensão
C - Pesquisa
D - Supervisão (técnica e administrativa)
E - Direção e coordenação de cursos

4-Outras
A - Indústria de equipamentos de uso fisioterapêutico
B - Esporte
C - Acupuntura
5- Exigências Legais
A - Responsabilidade Técnica
B - Registro Profissional


ATRIBUIÇOES PROFISSIONAIS

1 - FISIOTERAPIA CLÍNICA
1.1 - Atribuições Gerais
1.1.1 - Prestar assistência fisioterapêutica (Hospitalar, Ambulatorial e em Consultórios
1.1.2 - Prescrever, planejar, ordenar, analisar, supervisionar e avaliar atividades fisioterapêuticas dos clientes, sua eficácia, resolutividade e condições de alta.
1.2 - Atribuições específicas
1.2.1- Hospitais, Clínicas e Ambulatórios.
a) Definir, planejar, organizar, supervisionar, prescrever e avaliar as atividades da assistência fisioterapêutica aos clientes.
b) Avaliar o estado funcional do cliente, a partir da identidade da patologia clínica intercorrente, de exames laboratoriais e de imagens, da anamnese funcional e exame de cinesia, funcionalidade e sinergismo das estruturas anatômicas envolvidas.
c) Estabelecer rotinas para a assistência fisioterapêutica, fazendo sempre as adequações necessárias.
d) Solicitar exames complementares para acompanhamento da evolução do quadro funcional do cliente, sempre que necessário.
e) Recorrer a outros profissionais de saúde e/ou solicitar pareceres técnicos especializados, quando necessário.
f) Reformular o programa terapêutico sempre que necessário.
g) Registrar no prontuário do cliente, as prescrições fisioterapêuticas, sua evolução, as intercorrências e a alta em Fisioterapia.
h) Integrar a equipe multidisciplinar de saúde, com participação plena na atenção prestada ao cliente.
i) Desenvolver estudos e pesquisas relacionados a sua área de atuação.
j) Colaborar na formação e no aprimoramento de outros profissionais de saúde, orientando estágios e participando de programas de treinamento em serviço.
k) Efetuar controle periódico da qualidade e resolufividade do seu trabalho.
1) Elaborar pareceres técnicos especializados.
1.2.2- Em Consultórios
a) Avaliar o estado funcional do cliente, a partir da identidade da patologia clínica intercorrente, de exámes laboratoriais e de imagens, da anamnese funcional e exame de cinesia, da funcionalidade e do sinergismo das estruturas anatômicas envolvidas.
b) Estabelecer o programa terapêutico do cliente, fazendo as adequações necessárias.
c) Solicitar exames complementares e/ou requerer pareceres técnicos especializados de outros profissionais de saúde, quando necessários.
d) Registrar em prontuário ou ficha de evolução do cliente, a prescrição fisioterapêutica, a sua evolução, as intercorrências e as condições de alta em fisioterapia.
e) Colaborar com as autoridades de fiscalização profissional e/ou sanitária.
f) Efetuar controle periódico da qualidade e eficácia dos equipamentos, das condições sanitárias e da resolutividade dos trabalhos desenvolvidos.
1.2.3- Centros de Reabilitação
a) Avaliar o estado funcional do cliente, a partir da identidade da patologia clínica intercorrente, de exames laboratoriais e de imagens, da amnese funcional e do exame da cinesia, da funcionalidade e do sinergismo das estruturas anatômicas envolvidas.
b) Desenvolver atividades, de forma harmônica na equipe multidisciplinar de saúde.
c) Zelar pela autonomia científica de cada um dos membros da equipe, não abdicando da isonomia nas relações profissionais.
d) Integrar a equipe multidisciplinar, com participação plena na atenção de saúde prestada a cada cliente, na integração das ações multiprofissionalizadas, na sua resolutividade e na deliberação da alta do cliente.
e) Participar das reuniões de estudos e discussões de casos, de forma ativa e contributiva aos objetivos pretendidos.
f) Registrar no prontuário do cliente, todas as prescrições e ações nele desenvolvidas.

2 - SAÚDE COLETIVA
2.1 - Atribuição Principal
Educação, prevenção e assistência fisioterapêutica coletiva, na atenção primária em saúde.
2.2 - atribuições específicas
2.2.1 - Programas Institucionais
a) Participar de equipes multidisciplinares destinadas a planejar, implementar, controlar e executar políticas, programas, cursos, pesquisas ou eventos em Saúde Pública.
b) Contribuir no planejamento, investigação e estudos epidemiológicos.
c) Promover e participar de estudos e pesquisas relacionados a sua área de atuação.
d) Integrar os órgãos colegiados de controle social.
e) Participar de câmaras técnicas de padronização de procedimentos em saúde coletiva.
f) Avaliar a qualidade, a eficácia e os riscos à saúde decorrentes de equipamentos eletro-eletrônicos de uso em Fisioterapia.
2.2.2- Ações Básicas de Saúde
a) Participar de equipes multidisciplinares destinadas ao planejamento, a implementação, ao controle e a execução de projetos e programas de ações básicas de saúde.
b) Promover e participar de estudos e pesquisas voltados a inserção de protocolos da sua área de atuação, nas ações básicas de saúde.
c) Participar do planejamento e execução de treinamentos e reciclagens de recursos humanos em saúde.
d) Participar de órgãos colegiados de controle social.
2.2.3- Fisioterapia do Trabalho
a) Promover ações terapêuticas preventivas à instalações de processos que levam a incapacidade funcional laborativa.
b) Analisar os fatores ambientais, contributivos ao conhecimento de distúrbios funcionais laborativos.
e) Desenvolver programas coletivos, contributivos à diminuição dos riscos de acidente de trabalho.
2.2.4- Vigilância. Sanitária a) Integrar a equipe de Vigilância Sanitária. b) Cumprir e fazer cumprir a legislação de Vigilância Sanitária. c) Encaminhar às autoridades de fiscalização profissional, relatórios sobre condições e práticas inadequadas à saúde coletiva e/ou impeditivas da boa prática profissional.
d) Integrar Comissões Técnicas de regulamentação e procedimentos relativos a qualidade, a eficiência e aos riscos sanitários dos equipamentos do uso em Fisioterapia.
e) Verificar as condições técnico-sanitárias das empresas que ofereçam assistência fisioterapêutica à coletividade.

3- EDUCAÇÃO
3.1. Atribuição Principal
a) Dirigir, coordenar e supervisionar cursos de graduação em Fisioterapia/Saúde;
b) Lecionar disciplinas básicas e profissionalizantes dos Cursos de Graduação em Fisioterapia e outros cursos na área da saúde;
c) Elaborar planejamento de ensino, ministrar e administrar aulas, indicar bibliografia especializada e atualizada, equipamento e material auxiliar necessários para o melhor cumprimento do programa;
d) Coordenar e/ou participar de trabalhos interdisciplinares;
e) Realizar e/ou participar de atividades complementares à formação profissional;
f) Participar de estudos e pesquisas em Fisioterapia e Saúde;
g) Supervisionar programas de treinamento e estágios;
h) Executar atividades administrativas inerentes à docência.
i) Planejar implementar e controlar as atividades técnicas e administrativas do ano letivo, quando do exercício de Direção e/ou Coordenação de cursos de graduação e pós-graduação;
j) Orientar o corpo docente e discente quanto a formação do Fisioterapeuta, abordando visão crítica da realidade política, social e econômica do país;
k) Promover a atualização didática pedagógica em relação à formação profissional do Fisioterapeuta.

4 - OUTRAS
4.1 - Equipamentos e produtos para Fisioterapia (Industrialização e Comercialização)
a) Desenvolver/Projetar protótipos de produtos de interesse do Fisioterapeuta e da Fisioterapia;
b) Desenvolver e avaliar uso/aplicação destes produtos;
c) Elaborar manual de especificações;
d) Promover a qualidade e desempenho dos produtos;
e) Coordenar e supervisionar demonstrações. do produto junto a profissionais Fisioterapeutas;
f) Assessorar tecnicamente a produção;
g) Supervisionar e coordenar a apresentação do produto em feiras e eventos;
h) Desenvolver material de apoio para treinamento;
i) Participar de equipes multidisciplinares responsáveis pelo desenvolvimento dos produtos, pelo seu controle de qualidade e análise de seu desenvolvimento e risco sanitário.
4.2 - Esporte
a) Planejar, implantar, coordenar e supervisionar programas destinados a recuperação funcional de atletas;
b) Realizar avaliações e acompanhamento da recuperação funcional do cliente;
c) Elaborar programas de assistência fisioterapêutica ao atleta de competição;
d) Integrar a equipe multidisciplinar de saúde do esporte com participação plena na atenção prestada ao atleta.
4.3 - Acupuntura
a) Utilizar a prática da acupuntura desde que, supridas as exigências contidas nas Resoluções do COFFITO que disciplinam a matéria.

5 - EXIGENCIAS LEGAIS
5.1 - Responsabilidade Técnica
a) Toda empresa ligada a produção de equipamentos de utilização em Fisioterapia e as que prestam assistência fisioterapêutica, são obrigadas ao registro nos Órgãos de controle e fiscalização do exercício da atividade profissional da Fisioterapia (Lei n0 6.316/75);
b) No momento da solicitação de seu registro, deverão apresentar profissional Fisioterapeuta, para assumir a responsabilidade técnica da Empresa perante o órgão de fiscalização, a quem serão imputadas as responsabilidades pelas quebras da ética social que não sanear ou denunciar.
5.2 - Registro Profissional
a) Para o exercício da atividade profissional de Fisioterapeuta no país, é exigível além da formação em curso universitário superior, o registro do seu título no Conselho Profissional da categoria;
b) A atividade profissional só é permitida após o trâmite processual e a concessão de autorização provisória de trabalho ou Carteira de Identidade Profissional de Fisioterapeuta (Lei n0 6.31 6/75).
FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL INSITUCIONAL EM FISIOTERAPIA
A fiscalização do exercício profissional da fisioterapia incumbe aos Conselhos Regionais nos limites de sua jurisdição; nos moldes estatuídos pela Lei Federal 6316 de 17 de dezembro de 1975, criadora do Conselho Federal e Regionais, tendo por escopo de forma primeira, educar e orientar para depois, caso necessário, punir.
Para tanto, se faz presente em todos os locais onde se pratica a Fisioterapia, verificando a presença do responsável técnico, documentação exigida por lei, estado dos aparelhos, espaço físico utilizado, higiene e ventilação do local, (os dois últimos itens sujeitos a fiscalização da Vigilância Sanitária, porém também sendo checados e relatados nos Termos de Visita).
Deixamos claro que os procedimentos fiscalizatórios aqui enumerados não são exaustivos, mas apenas são colocados a título de informação.
5 - EXIGENCIAS LEGAIS
5.1 - Responsabilidade Técnica
a) Toda empresa ligada a produção de equipamentos de utilização em Fisioterapia e as que prestam assistência fisioterapêutica, são obrigadas ao registro nos Órgãos de controle e fiscalização do exercício da atividade profissional da Fisioterapia (Lei n0 6.316/75);
b) No momento da solicitação de seu registro, deverão apresentar profissional Fisioterapeuta, para assumir a responsabilidade técnica da Empresa perante o órgão de fiscalização, a quem serão imputadas as responsabilidades pelas quebras da ética social que não sanear ou denunciar.
5.2 - Registro Profissional
a) Para o exercício da atividade profissional de Fisioterapeuta no país, é exigível além da formação em curso universitário superior, o registro do seu título no Conselho Profissional da categoria;
b) A atividade profissional só é permitida após o trâmite processual e a concessão de autorização provisória de trabalho ou Carteira de Identidade Profissional de Fisioterapeuta (Lei n0 6.31 6/75).
FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL INSITUCIONAL EM FISIOTERAPIA
A fiscalização do exercício profissional da fisioterapia incumbe aos Conselhos Regionais nos limites de sua jurisdição; nos moldes estatuídos pela Lei Federal 6316 de 17 de dezembro de 1975, criadora do Conselho Federal e Regionais, tendo por escopo de forma primeira, educar e orientar para depois, caso necessário, punir.
Para tanto, se faz presente em todos os locais onde se pratica a Fisioterapia, verificando a presença do responsável técnico, documentação exigida por lei, estado dos aparelhos, espaço físico utilizado, higiene e ventilação do local, (os dois últimos itens sujeitos a fiscalização da Vigilância Sanitária, porém também sendo checados e relatados nos Termos de Visita).
Deixamos claro que os procedimentos fiscalizatórios aqui enumerados não são exaustivos, mas apenas são colocados a título de informação.
Em seu nobre mister o fisioterapeuta detém competência para solicitar exames complementares, acompanhados de laudos técnicos especializados, a fim de buscar informações que entender necessárias ao acompanhamento evolutivo do tratamento induzido ao paciente sob sua responsabilidade.
Dada a importância e responsabilidade de seu campo de atividade, é vedado ao fisioterapeuta atribuir ou delegar atos de sua competência a pessoas não habilitadas à prática da Fisioterapia , nem mesmo sob sua supervisão.
PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS - ATOS PRIVATIVOS
Todos os contidos na Resolução COFFITO 08/78 - arts. 1º 2º e 3º
Para tanto o fisioterapeuta pode valer-se de exercícios específicos (cinesioterapia) ou utilizar técnicas que envolvem o emprego de aparelhos, dosando nesses casos a freqüência, número de sessões terapêuticas e indicação do período de tempo de cada uma.
A escolha do tratamento adequado (técnica a ser utilizada) indicação, periodicidade, devem ser definidas através do diagnóstico fisioterapêutico (anamnese) que é realizado no procedimento de consulta.
O Referencial Nacional de Honorários Fisioterapêuticos, descreve com precisão e clareza os objetivos, componentes e tipos de Assistência Fisioterapêutica , indicando inclusive os níveis de complexidade.
CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
O atendimento a pacientes pode ser feito a domicílio, em clínicas, consultórios, centros de reabilitação, hospitais, UTI's, ambulatórios.
O fisioterapeuta atua nas áreas: fisioterapia ortopédica, cardiológica, oncológica, respiratória, pediátrica, estética, do trabalho, dentre outras.
Ainda atua no Magistério Superior - Cursos de Graduação e PósGraduação, dando assessoria e consultoria, no campo da pesquisa e em empresas.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

A contribuição da Fisioterapia

no processo de humanização
da gestação e do parto

Humanizar significa dar condições
humanas, tratar o ser humano com
dignidade, respeito e acolhimento e cuidar
com sabedoria e dedicação. Embora
essas atitudes pareçam exigir um
grande esforço, é plenamente viável, no
sentido de motivar e sensibilizar os profissionais
da área, que desempenham um
papel relevante como facilitador, no processo
natural da vida da mulher.
“É fundamental para a humanização
do parto o adequado preparo da
gestante para o momento do nascimento,
e esse preparo deve ser iniciado precocemente,
durante o prénatal”(
Ministério da Saúde, 2001,
p.26).
Durante a gravidez, a mulher vivencia
alterações bio-psico-emocionais
importantes. No acompanhamento do
pré-natal convencional, cuja ênfase é
dada à sua fisiologia, identifica-se através
de exames físicos e laboratoriais, a
gestação de alto risco, controlando-se
assim, as variáveis mais comuns que
podem interferir no bem-estar da mãe e
do bebê. Além disso, se for comprovada
a presença de qualquer alteração que
necessite de cuidados especiais, a gestante
deverá ser encaminhada para iniciar
o mais precoce possível um programa
de atendimento especializado. Embora
esses procedimentos sejam de extrema
importância, observamos que ainda
carecem de uma preparação mais
ampla, envolvendo fatores biomecânicos,
sociais e emocionais, que, em geral, não
é abordada nas consultas de rotina.
Conforme o Ministério da Saúde
(2001), a gestante deve ser preparada
com o objetivo de vivenciar a gestação e
a experiência do parto como um processo
fisiológico natural, acreditando na sua
capacidade de gerar e dar à luz, sentindo-
se protagonista deste evento. Isso
envolve uma série de cuidados, medidas
e atitudes que ultrapassam os procedimentos
clínicos rotineiros, abrangendo,
desde as informações mais simples até
orientações específicas, o preparo físico
e psíquico, a inclusão do companheiro
durante o pré-natal, parto e puerpério.
Essas atividades servem para complementar
os atendimentos realizados nas
consultas médicas, diminuindo as ansiedades
e os medos, deixando-as mais
confiantes e saudáveis.
De acordo com Rodrigues (1999,
p. 17), “a preparação consciente para a
gestação, para o parto e para o nascimento
tem por finalidade levar a mulher
e o casal a conhecer essas transformações,
aprendendo a conviver com elas”.
Acreditamos que o caminho que
leva a construir um cuidar humanizado
deve partir de uma mudança de atitude,
onde não basta a competência profissional
e o conhecimento científico atualizado,
mas também uma maturidade emo-
cional, um compromisso ético, aceitação
e reconhecimento da importância de uma
prática interdisciplinar, em que cada profissional
possa dar sua parcela de contribuição,
com uma visão do parto no
sentido mais holístico (Oliveira et al.,
2001; Ministério da Saúde, 2001).
Desta forma, sentimos a necessidade
de implementar no Serviço de Prénatal
do Hospital Universitário Lauro
Wanderley (HULW), a partir do ano de
2001, um programa educativo-terapêutico
intervindo na atenção primária, no
que diz respeito à saúde da mãe e de
seu futuro bebê, incluindo sempre que
possível a presença do companheiro.
Através da disciplina Fisioterapia Aplicada
à Ginecologia-Obstetrícia e Pediatria,
introduzimos uma dinâmica de atendimento
ambulatorial realizado com grupos
de gestantes, valorizando o papel da
Fisioterapia junto à equipe do pré-natal,
promovendo uma assistência baseada
numa filosofia que preconiza a humanização
desde o início do processo gravídico-puerperal.
Este artigo tem como objetivo
apresentar os efeitos positivos dessa
assistência educativo-terapêutica na qualidade
de vida de mulheres grávidas, cujos
resultados parciais têm sido apresentados
em temas livres de eventos locais
e nacionais, bem como refletir a questão
da humanização, diante dos cuidados
prestados à saúde, na fase reprodutiva
da mulher.

O direito de engravidar de forma humanizada


Nos últimos anos, a assistência prestada
à mulher, ao recém-nascido e
à família durante o processo de nascimento
tem sofrido modificações significativas
visando a uma melhoria na institucionalização
do parto. Lembramos que
o surgimento de novas técnicas aprimorou
as condições de atendimento às gestantes,
mas, por outro lado, como afirmam
Oliveira et al. (2001), esses avanços
vieram acompanhados de inúmeros
problemas, inclusive éticos, que contribuíram
também para a “desumanização
no cuidado da arte de parir”.
Com a evolução das políticas de
saúde, no entanto, o incentivo ao parto
humanizado tornou-se mais difundido
nos meios hospitalares, exigindo maior
atenção e cautela (cuidados) a partir
da primeira visita da gestante ao
serviço de assistência pré-natal.
Segundo o Ministério da Saúde
(2001), o conceito de humanização é
amplo, envolvendo não só o conhecimento
científico, mas também práticas
e atitudes que proporcionam à gestante/
parturiente procedimentos comprovadamente
benéficos, evitando intervenções
desnecessárias e preservando sua
autonomia e privacidade, ou seja, reconhecendo
que a mulher é um agente
ativo, quando o profissional deve estar
presente para minimizar a dor, dar conforto,
acolhimento, orientação, enfim,
ajudar no ato de parir/nascer.
É certo que um movimento crescente
vem surgindo, estimulando os
profissionais de saúde a repensarem sua
prática quanto à humanização do nascimento,
que se constitui numa nova
visão do parto e da mulher que dá à
luz, do respeito e da valorização da vida.
Para a World Health Organization
(WHO, 1998), quando se refere à
humanização como legitimidade política
de reinvidicação e defesa dos direitos
das mulheres e crianças na assistência
ao nascimento, demanda mais do
que uma assistência que promova a segurança
durante a gestação e o parto
seguro.
“Reconhecer a individualidade é
humanizar o atendimento”, considera o
Manual do Ministério da Saúde (2001,
p.10), quando se refere à assistência
obstétrica. Sendo a gravidez um processo
singular, a mulher em todo seu universo
passa a vivenciar uma experiência
impar, junto ao seu parceiro envolvendo
toda sua família.


O estar grávida e a assistência fisioterapêutica


É freqüente a gestante referir, entre
outras queixas, que ocorrem durante
a gravidez desconfortos posturais, dores
nas costas e dificuldade respiratória,
além de alterações emocionais que
se apresentam, exemplificando-se a ansiedade.
Os programas multi ou interdisciplinares
de preparação para o parto,
caracterizados pelo desenvolvimento
de métodos educativos, atenção psicológica
e preparo físico específico, estão
se tornando cada vez mais comuns e procurados
pelas gestantes que buscam assegurar
o controle sobre seu corpo e sua
gestação.
Segundo Polden (2000), “... nós,
fisioterapeutas, podemos auxiliar a mulher
a adaptar-se às mudanças corporais
do início ao final de sua gravidez, de
maneira que seu estresse e seus desconfortos
físicos sejam minimizados”. Através
de uma avaliação detalhada e uma
programação terapêutica eficiente tenta-
se prevenir e tratar quaisquer disfunções
músculo-esqueléticas, orientar respiração
e posicionamentos adequados,
preparando-a para um parto ativo e consciente.
Temos o propósito de ampliar os
conhecimentos das gestantes com relação
à gravidez, parto e puerpério, orientá-
las quanto às formas de autocuidado,
como prevenção das algias na coluna
vertebral e outros fatores, a fim de
assegurar uma gestação e um parto mais
saudáveis e tranqüilos (De Conti, 2003;Fadynha, 1999).
A assistência às gestantes no ambulatório
de Pré-natal do HULW vem
sendo realizada de maneira sistemática
desde o segundo período letivo de 2001,
com grupos de mulheres em diferentes
estágios gestacionais e, quando possível,
com os seus companheiros.
A programação educativo-terapêutica
consta de dois momentos distintos.
O primeiro acontece em dois encontros
semanais que denominamos de
grupo flutuante, no qual as gestantes e
seus acompanhantes assistem a palestras
educativas desenvolvidas pelos alunos
da disciplina em sala de espera, enquanto
aguardam suas consultas médicas.
Os temas apresentados são previamente
escolhidos e preparados, e se referem
às modificações gravídicas, fases
e tipos de parto, puerpério, aleitamento,
cuidados com o bebê e métodos contraceptivos.
Como recursos didáticos são
utilizados cartazes e folders confeccionados
pelos próprios acadêmicos que
discutem informalmente com as participantes.
Nesses encontros, as gestantes
são convidadas a freqüentar atividades
mais específicas de atenção à gestação.
Aquelas que aceitam o convite, passam
a participar do segundo momento, constituindo-
se o grupo fixo de gestantes, o
qual ocorre num encontro semanal, onde
são aplicadas técnicas de respiração específicas
para a gestação e o trabalho de
parto, bem como a cinesioterapia adequada
à idade gestacional, com alongamento
e fortalecimento de vários grupos
musculares; conscientização e exercícios
para o assoalho pélvico; relaxamento
e vivências. Além destas atividades, recebem
informações sobre posturas corretas
para amamentar, dormir, sentar,
levantar da cama, bem como as posturas
adotadas no ambiente domiciliar e
de trabalho.
... nós, fisioterapeutas,
podemos auxiliar a
mulher a adaptar-se
às mudanças
corporais do início
ao final de
sua gravidez...
As referidas atividades são realizadas
por alunos, orientados e supervisionados
pelas professoras da disciplina
Fisioterapia Aplicada à Ginecologia-
Obstetrícia e Pediatria, do curso de Fisioterapia
da Universidade Federal da
Paraíba.
É importante esclarecer que, durante
a realização das referidas atividades,
as gestantes são estimuladas a desenvolver
o diálogo entre elas e os facilitadores
(alunos e professores), favorecendo
assim a troca de experiências que
enriquece a assistência e o acolhimento
entre todos os participantes.
Após o término de cada grupo que
coincide com o final do período letivo,
os alunos da disciplina juntos com as
professoras organizam um Encontro de
Gestantes com o grupo fixo e um Encontro
de Bebês, com as mulheres que
participaram do grupo anterior, e já vivenciaram
o parto. Neste último, as
mães presentes com os seus respectivos
bebês relatam suas experiências como
parturientes e puérperas, ao mesmo tempo
em que nos trazem um feedback com
relação aos resultados esperados pelo
nosso trabalho, facilitando uma avaliação
na metodologia da disciplina e da
assistência destinada às gestantes.


Considerações finais

A experiência humana da gestação,
do parto e do puerpério constitui
uma passagem muito marcante e que pode
ser enriquecedora para todos que com ela
estejam envolvidos. O ideal seria que todas
as mulheres tivessem oportunidade
de viver este processo, como sendo um
prolongamento de sua vida afetiva e sexual,
dispondo da assistência médica
quando necessária, onde os profissionais
desempenhariam um importante papel
coadjuvante durante toda esta trajetória.
Diante da experiência que vivenciamos
na assistência às gestantes, percebemos
que há um longo caminho a percorrer
nos serviços de assistência ao prénatal
e nas maternidades, até que as mulheres
tenham acesso a um atendimento
ao parto seguro e acolhedor, segundo as
próprias recomendações do Ministério da
Saúde no Brasil, respeitando as suas necessidades
físicas, emocionais, psicológicas,
sociais e espirituais.
Observamos que os benefícios da
assistência realizada pelo fisioterapeuta,
entre outros profissionais da equipe
multi ou interdisciplinar prestada às gestantes,
segundo os seus relatos, proporcionam
um bem-estar físico e psicológico,
uma diminuição das dores musculares,
ampliação dos conhecimentos e
maior dedicação ao autocuidado, resultando
em uma melhor qualidade de vida
durante a gestação.
Nesse sentido, tais procedimentos
também contribuem para a humanização
do parto e o momento do nascimento,
com confiança, sem medo, com
melhor aceitação e participação no parto
normal quando possível, favorecendo
uma experiência positiva na sua vida,
enquanto contexto social, familiar e realização
como mulher e mãe.
Além disto, acreditamos que essa prática
enriquece o aprendizado, pois estimula o
aluno a aprofundar seus conhecimentos de
forma dinâmica e participativa, tornando gratificante
sua experiência de vida acadêmica.

B I B L I O G R A F I A

DE CONTI et al. Efeito de técnicas fisioterápicas sobre os desconfortos
músculo-esqueléticos da gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.
São Paulo, v. 25, n. 9, out 2003.

FADYNHA, M. Meditações para gestantes: o guia para uma gravidez saudável,
plena e feliz. Rio de Janeiro: Sextante, 1999.

MANUAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência
Humanizada à mulher. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde,
Área Técnica da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. São
Paulo: Livraria e Editora Santos, 2000.

OLIVEIRA, M. E. de; ZAMPIERI, M. F.; DE BRÜGGEMANN, O. M. A melodia da
humanização do parto: reflexões sobre o cuidado no processo do nascimento.
Florianópolis: Cidade Futura, 2001.

RODRIGUES, L. P. Lobas e grávidas: guia prático de preparação para o parto
da mulher selvagem. São Paulo: Ágora, 1999.

WHO- World Health Organization. World Health Day: Safe Motherhood.
Geneva, 1998.


A fisioterapia também atua em Ginecologia e Obstetricia

Dor na coluna durante a gravidez

A presença de dor nas costas é um dos problemas mais comuns durante a gravidez. Estima-se que entre 50-80% das mulheres grávidas, o aparecimento de algum tipo de dor lombar é inevitável.
O mais comum é a dor nas costas aparecer no período entre o quinto e o sétimo mês de gestação, porém pode iniciar-se já a partir da oitava semana.
Mulheres que já apresentavam história pregressa de dor nas costas antes de engravidar são candidatas de risco para sofrer com a coluna.
Durante a gestação, ocorre uma verdadeira transformação no corpo da mulher, uma espécie de preparação para o momento do parto.
Hormônios como a Relaxina e o Estrógeno, provocam uma maior frouxidão nos ligamentos (espécies de “cordas” que unem os ossos) da coluna e da bacia.
Alterações na postura durante a gestação auxiliam na manutenção da posição ereta enquanto o crescimento do feto e o aumento do útero provocam um aumento do peso da mulher (quase 1/5 de acréscimo no peso) e afetam o equilíbrio do corpo.
O aumento do peso é concentrado inicialmente na barriga e os músculos abdominais vão perdendo o seu tônus pela distensão do útero que cresce. Isto acarreta um aumento da lordose lombar e uma sobrecarga na porção inferior da coluna.

NÃO

SIM

Existem três tipos mais comuns de dor nas costas durante a gravidez:

1. DOR LOMBAR

Localizada na região inferior da coluna, pode ou não, sentir a dor irradiando para a perna, com contratura da musculatura ao longo da coluna.
Piora com fato de permanecer muito tempo sentada ou em pé.




2. DOR PÉLVICA POSTERIOR (SACRO-ILÍACA)

Quatro vezes mais freqüente do que a dor lombar, a dor que acomete a articulação entre o sacro (final da coluna que se alarga) e a bacia, chamada de articulação sacro-ilíaca.
A dor estende-se para os glúteos e região posterior da coxa, não ultrapassando o joelho. Pode ser bilateral e estar associada com dor na sínfise púbica.
A dor não desaparece rapidamente com o repouso e geralmente persiste por um certo tempo após o nascimento da criança.
20% das mulheres apresentam tanto a dor lombar como a dor da sacro-ilíaca.

3. DOR NOTURNA

Algumas mulheres grávidas apresentam dor exclusivamente durante à noite quando deitadas.
Esta dor estaria relacionada com o acúmulo de fadiga muscular no final do dia.
Outra hipótese é que, durante a noite, com a desativação de vários órgãos, como por exemplo, o estômago, existe uma maior quantidade de sangue circulando para áreas “inflamadas” da coluna.

HÉRNIA DE DISCO

O aparecimento da hérnia de disco durante a gravidez é extremamente rara (1 em cada 10000).

DOR DO PARTO

A dor durante o trabalho de parto é diferente, similar a uma forte cólica menstrual, persistente, aumentando de intensidade e freqüência e não sendo influenciada pela movimentação do corpo como a dor lombar.

FATORES DE RISCO PARA A DOR NA COLUNA NA GESTAÇÃO

  • Mulheres que já apresentavam dor nas costas antes de engravidar
  • Mulheres que já tiveram vários filhos
  • Virar-se na cama
  • Subir escadas
  • Ficar muito tempo sentada, principalmente com o corpo inclinado para a frente (no computador)
  • Levantar –se de uma cadeira baixa
  • Sair do automóvel
  • Carregar peso
  • Girar ou fletir o tronco
  • Relação sexual
  • Usar sapato de salto alto ( aumenta a lordose)
  • Dirigir
  • Aumento de peso > 10 kgs durante a gestação

DOR NA COLUNA APÓS O NASCIMENTO DA CRIANÇA

Após o nascimento da criança, o corpo da mulher vai sofrer uma nova transformação, com progressiva diminuição da lordose, e, muitas vezes, neste processo, muitas mulheres apresentam dores na coluna. Isto também é desencadeado pela sua atividade com o bebê, que a coloca em posturas muitas vezes inadequadas durante o processo de amamentação, dar banho ....

TRATAMENTO

No passado as mulheres tinham que aceitar a presença da dor nas costas, simplesmente, como parte do processo da gestação. Hoje em dia sabemos existem causas específicas com tratamentos mais específicos.
O objetivo é manter uma boa função durante a gestação com o mínimo de desconforto.
Lembrar da contra-indicação da realização de radiografias e do uso de anti-inflamatórios durante a gravidez!

  • Repouso de lado com um travesseiro entre as pernas
  • Aplicação de gelo / calor
  • Massagem
  • Analgésico apropriado por períodos curtos após o terceiro mês
  • Acupuntura após o trimestre
  • Uso de uma cinta pélvica
  • Exercícios de relaxamento e alongamento
  • Fortalecimento das estruturas musculares que sustentam o peso
  • Trabalho postural / contrabalançar a lordose excessiva
  • Condicionamento do modo correto de exercer as rotinas diárias
  • Hidroterapia
  • Yoga

EVITAR

  • Evitar carregar peso
  • Evitar exercícios físicos extenuantes
  • Evitar “step”
  • Evitar mergulho

Não tente tratar-se por conta própria!

A dor nas costas pode também ser causada por algum outro motivo. Procure um médico no caso de estar tendo febre , ardência durante a micção ou sangramento vaginal.

Se você está pensando em engravidar o melhor é um tratamento preventivo!

· Coluna

· Ombro

· Cotovelo

· Mão

· Quadril

· Joelho

· Tornozelo/Pé


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Evite dores nas costas

As orientações posturais são formas corretas de realizar atividades e são importantes para todas as pessoas, principalmente para as que sentem dor nas costas. Se realizadas corretamente podem ser importantes formas de prevenção.
Trabalhando sentado: verifique se há recurso de ajuste de cadeira (encosto, base, altura); a mesa deve ficar na altura do cotovelo, não devendo ser muito baixa a ponto de curvar o corpo nem muito alta para que não levante muito os ombros; Não sente torto, procure se alinhar com o eixo da cadeira. Disponha os materiais que for utilizar na sua frente; evite torcer (rodar) o tronco ou virar muito o pescoço. Traga as tarefas para perto do corpo; Procure respeitar rigorosamente uma pausa (intervalo) a cada hora de trabalho, de preferência fazendo alguns alongamentos e relaxamentos da região mais tensa. Encoste bem na cadeira e leve-a junto da mesa para trabalhar.
Na cama: Ao se deitar e levantar da cama: deite de lado, apóie sobre o cotovelo e a mão, coloque as pernas para fora da cama e sente-se; Durma de lado ou de barriga para cima; Não durma de bruços.
Atividades dentro de casa: Para abrir gavetas: ao se inclinar procure apoiar com uma das mãos no móvel e puxar com a outra. Na pia ou no tanque: use um avental para poder encostar a barriga no tanque ou na pia; ao trabalhar em pé, coloque uma pequena caixa no chão para que possa apoiar um dos pés sobre ela; Ao varrer ou passar rodo não incline o corpo para frente - aumente o comprimento do cabo; Evite torções do tronco ou do pescoço: apanhar objetos atrás do corpo, segurar o telefone com os ombros.
Fora do Trabalho: Em casa, evite fazer tarefas que apresentem o mesmo padrão de movimento daqueles feitos no trabalho; É importante fazer repouso: deite e levante as pernas dobradas e colocando almofadas embaixo delas; Faça exercícios de aquecimento ou com movimentos contrários daqueles que realiza no trabalho como importante forma de prevenção.
Carregando peso: Para levantar cargas pesadas do chão: separe as pernas, dobre os joelhos, segure o objeto o mais perto possível do corpo e depois levante; Antes de pegar um objeto pesado, respire fundo e prenda a respiração; Divida o peso em ambos os lados do corpo, isto é, carregue um peso de cada lado do corpo (sacolas, malas); Ao carregar sacolas e malas, os braços devem estar esticados e bem perto do corpo; Para carregar uma criança pequena no colo, pegue-a com os dois braços, abrindo as perninhas e colocando-a sempre a cavalo; Não carregue peso na cabeça.
Caminhando, permanecendo em pé: Quando ficar em pé ou caminhar, procure ficar ereto e olhando para a linha do horizonte; Ande com a musculatura abdominal contraída; Se tiver que permanecer em pé, procure encostar-se em algum lugar: parede, poste etc. •
Os sapatos:
Ao calçar sapatos, procure sentar ou ajoelhar ao invés de fletir o tronco; Procure usar sapato com 1-2 cm de salto mas não exagere pois isto ocasiona dificuldades de posicionamento e dores lombares; Evite sapatos pontudos.
No carro: ao entrar e sair de veículos não torça as costas. Gire o quadril e as pernas para fora ao mesmo tempo. Atividades Físicas: Dedique um tempo durante a semana para a prática de exercícios físicos para não se tornar um sedentário; O melhor tipo de exercício é aquele praticado dentro da água: natação ou hidroginástica; Procure orientação médica sobre qual atividade praticar. Dê preferência a alguma atividade física que goste.



No corre-corre do dia-a-dia muitas vezes esquecemos uma coisa fundamental: a postura.

A má postura é grande causa de lombalgias, dores e contraturas que podem ser facilmente evitadas. Basta seguir as pequenas dicas da nossa orientação postural.

No desenho, diversas pessoas estão em posições erradas que podem resultar numa lombalgia. Você vai se divertir descobrindo quem são e qual é a postura a ser evitada.

Oriente-se pela tabela abaixo e bom proveito!

1. Evite andar curvado como o pedestre na esquina direita do cruzamento.

2. Não coloque pesos acima da cabeça em prateleiras altas como a senhora da 3ª janela à direita do edifício central. Ao fazer, suba em um banquinho.

3. Ao trabalhar abaixado, não se curve como o engraxate na frente do banco. Execute a tarefa ajoelhado.

4. Ao vestir-se, não tente equilibrar-se sobre uma perna só como o rapaz do 2º andar à esquerda do edifício central.

5. Não levante peso do chão com as costas flexionadas como o jornaleiro. Flexione as pernas.

6. Evite sentar na ponta da cadeira curvado sobre a mesa como o rapaz da janela do meio do edifício central. Aproxime a cadeira da mesa.

7. Não assista TV ou leia deitado com o pescoço apoiado em travesseiro duro ou alto como o hóspede do 4º andar do hotel.

8. Assentos baixos ou macios como você pode ver na última janela do lado esquerdo do edifício central, podem prejudicar suas vértebras.

9. Evite dormir de barriga para cima em travesseiro duro ou em camas macias como o hóspede do 3º andar do hotel.

10. Não carregue pesos só de um lado do corpo como a senhora que caminha em direção ao shopping. Divida o volume em dois, um para cada mão.

11. Passar muito tempo em uma posição inclinada, como o gari da figura, sobrecarrega os músculos das costas.

12. Ao dirigir, não fique colado ao volante como o motorista por trás do edifício central. Afaste o assento e endireite o en¬costo.

13. Ao entrar e sair de veículos, não torça as costas como o motorista próximo ao hotel. Gire a bacia e as costas ao mesmo tempo.

14. E para não dizer somente o que não se deve fazer, dê só uma espiadinha no hóspede do 2º andar do hotel.
Ele está deitado corretamente de lado, em colchão firme, com as pernas encolhidas e travesseiro na altura do ombro.








Orientação Postural (Postura Correta)
01). Posicionamento para relaxamento lombar:
- Deitada de costas no colchão, joelhos dobrados e pés apoiados, com braços esticados ao longo do corpo.
- Deitada de costas no colchão, quadril e joelhos a 90 graus sobre um apoio.
02). Posicionamento para dormir:
- Deitado de lado, usar um travesseiro na altura do ombro, embaixo da cabeça e um entre os joelhos semi-dobrados.
03). Orientação para levantar da cama:
- Virar-se de lado, colocar pernas para fora da cama, apoiar as pernas, contrair a barriga e levantar o tronco, apoiar os pés caso não alcance o solo, deve-se usar um banquinho ou escadinha para descer da cama.
04). Orientação para arrumar a cama:
- De acordo com a altura da cama deve-se dobrar as pernas ou ficar de joelhos para não sobrecarregar a coluna. Procure adaptar-se ao tipo de cama.
05). Orientação para sentar-se e levantar-se da cadeira:
- A cadeira deve ser de encosto alto e firme. Ao sentar-se, mantenha a sua coluna ereta e as nádegas a cerca de 4 dedos do encosto, joelhos dobrados a 90 graus, pés apoiados no chão ou em um banquinho (se possível, não cruzar as pernas). Os braços apoiados nas coxas ou nos braços da cadeira. Permanecer com a cabeça ereta, acompanhando o corpo.
- Para levantar-se, coloque um pé à frente, e o outro, próximo à cadeira; incline discretamente o tronco para frente, contraindo o abdômen; apóie-se firmemente as mãos nas coxas, eleve os quadris, estenda os joelhos e fique de pé.
- Para sentar-se, mantenha um pé à frente do outro, apóie as mãos nas coxas, inclinando ligeiramente o tronco, contraia o abdômen e deslize as mãos nas coxas, abaixando o quadril e dobrando os joelhos até sentar-se.
06). Posicionamento ao dirigir:
- Evite dirigir curvado, com o peito muito próximo ao volante, pois esta postura tensionará a musculatura das costas e pescoço. A posição ideal para dirigir é apoiar inteiramente as costas no encosto do banco do automóvel, com este ligeiramente inclinado para trás. A cabeça deve permanecer ereta, braços levemente dobrados e músculos descontraídos.
07). Como entrar no automóvel:
- De costas para a porta, dobre as pernas apoiando as mãos na porta ou nas coxas, sente-se e coloque as pernas para dentro do automóvel, girando o corpo todo.
08). Como sair do automóvel:
- Girar o corpo todo, girando as pernas para fora do veículo, apoiando-as no chão; apoie as mão nas coxas ou na porta, levante-se e estenda a coluna, colocando peso do corpo nas pernas.
09). Como carregar um objeto:
- Segurar o objeto junto ao centro do corpo com ambas as mãos. Mantenha a coluna ereta, abdômen e glúteos contraídos. Em caso de sacolas, bolsas, etc, procure distribuir o peso em duas, usando uma de cada lado.
10). Como empurrar um objeto:
- Um pá à frente do outro, braços e mãos bem apoiados no objeto, tronco semi-flexionado, abdômen e glúteos contraídos, pés afastados do objeto e com um calçado antiderrapante. Procure expirar ao realizar o movimento.
11). Como tracionar objetos:
- Um pé à frente do outro, cotovelos semi-flexionados e mãos segurando firme o objeto. Abdômen e glúteos contraídos. Procure inspirar ao realizar o movimento.
12). Como apanhar um objeto no alto:
- Tentar chegar o mais próximo possível do objeto (escada, banco, etc.); contrair o abdômen e glúteos, segurar firmemente o objeto e trazê-lo junto ao corpo. Nunca fique nas pontas dos pés.
13). Como apanhar um objeto no solo:
- Manter os pés um pouco afastados, um à frente do outro, flexionar os joelhos e ligeiramente o trono. Trazer o objeto junto ao corpo, contraindo abdômen e glúteos, levantando o objeto. Utilize toda a força das pernas, até ficar em pé. Procure expirar sempre que fizer força.
14). Posição em pé por muito tempo:
- Manter abdômen e glúteos contraídos, apoiar o pé num plano mais alto (banquetas, escadinhas, banquinhos, livros, etc.); e o outro totalmente apoiado no chão. Não deixar que o quadril incline-se lateralmente e alternar a posição dos pés.
15). Posição sentada por muito tempo:
- Em atividades como estudar, datilografar, digitar, assistir à televisão, etc.; deve-se manter a coluna ereta, com as costas apoiadas na cadeira, os pés apoiados totalmente no chão. No caso do uso de escrivaninhas e mesas, deve-se adaptá-las à altura dos cotovelos, ou adaptar a altura da cadeira à da mesa.
16). Posição ao caminhar:
- Ao caminhar por longos períodos de tempo, procurar manter a coluna ereta e abdômen e glúteos contraídos. Use roupas e calçados adequados ( anti-impacto), procurando respirar corretamente ( inspirando pelo nariz, e expirando pela boca).
17). Posição para varrer:
- Ao varrer, deve-se adaptar o cabo da vassoura a uma altura que possibilite o indivíduo executar a tarefa com seu corpo o mais ereto possível, sempre procurando manter abdômen e glúteos contraídos. Ao varrer embaixo de móveis, manter a coluna ereta, dobrar os joelhos, ou então, ajoelhar-se.

http://brasilescola.atspace.com/orientacao-postural.htm acessado - acessado no dia 29/11/2008 as 21:38

sexta-feira, 26 de março de 2010

ESCOLIOSE CONGÊNITA

INTRODUÇÃO

A escoliose caracteriza-se por uma torção generalizada da coluna vertebral, sendo assim, é um desvio tridimensional. Porém, antes de nos atermos à escoliose, faz-se necessário diferenciar a escoliose propriamente dita da chamada atitude escoliótica.

A atitude escoliótica é resultante de um desvio apenas no plano frontal e é totalmente redutível, segundo avaliação radiológica, que será discutida mais adiante. Além disso, não apresenta nenhuma deformação estrutural, não é permanente e não evolui. Ela é considerada como uma atitude de compensação por perturbações que não estão diretamente ligadas à coluna vertebral, como, por exemplo, a diferença de comprimento dos membros inferiores, o desequilíbrio na pelve, paralisia ou paresia dos músculos do tronco, posturas antálgicas, vícios de mau posicionamento, entre outros.

Já a escoliose, além de ser um desvio tridimensional, apresenta deformações estruturais e um baixo grau de redutibilidade.

Esta deformidade pode ser causada basicamente por dois tipos de malformações: defeitos de formação, que são devido a ausência parcial (hemivértebras) ou total de determinadas vértebras, ou defeitos de segmentação, conhecidos como barras ósseas. Estes defeitos podem ocorrer simultaneamente. As malformações acima descritas podem causar assimetrias durante o desenvolvimento do paciente, resultando em deformidades da coluna.

Algumas etiologias são conhecidas, como a escoliose por mal formação congênita, por síndromes ou por neuropatias e assim são consideradas secundárias.

Porém, 70% das escolioses não têm etiologia bem definida e por isso são chamadas de idiopáticas.

A avaliação do indivíduo escoliótico ainda gera muitas dificuldades para os fisioterapeutas., por isso apresentaremos uma proposta de avaliação clínica e radiológica utilizada pelo NEPE-BIOMEC..

1- ESTRUTURA DAS VÉRTEBRAS ANATOMIA

A - Apófise Transversa
B - Disco Intervertebral (visto de frente e perfil)
C - Apófise Posterior (vista de perfil e posterior)
D - Apófises Articulares ou Facetas Articulares
E - Articulação Costo-transversa
F - Articulação Costo-vertebral
G - Apófise Odontóide
H - Forâmen de Conjugação ou Forâmen Intervertebral
I - Lâmina Vertebral
J - Pedículo Vertebral



As vértebras compõem-se pelas seguintes estruturas: corpo, pedículos, lâmina e apófises. O corpo vertebral encontra-se na porção anterior em relação ao eixo corporal. O corpo vertebral, nesta posição, suporta as forças de carga e pressão e é composto por uma estrutura óssea esponjosa, apresentando uma placa cartilaginosa na sua porção superior e inferior. Varia de altura e de diâmetro conforme o segmento vertebral onde se localiza. Os corpos das vértebras cervicais são de menor diâmetro e altura, sendo a porção mais alta da coluna na posição ortostática.

Os corpos dorsais ou torácicos aumentam progressivamente a sua altura e diâmetro, apresentando um aspecto cilíndrico. Os corpos vertebrais lombares são achatados e largos por constituírem as vértebras que suportam as maiores pressões da coluna vertebral. As vértebras sacras são fusionadas entre si, constituindo-se num osso que apresenta forma triangular. Este por sua vez articula-se com o ilíaco na região pélvica, apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a pelve ou bacia. Assim, estabelece-se a base de suporte da coluna vertebral do ser humano.

Pedículos vertebrais: são expansões ósseas conectadas ao corpo na sua porção anterior e a lâmina óssea vertebral na sua porção posterior. Constituem a face lateral das vértebras e tem na sua porção posterior as apófises articulares. O pedículo limita o canal raquidiano em ambos os lados e, através de sua apófise articular, conecta-se com as vértebras adjacentes.

Lâmina Vertebral: são porções ósseas laminares que limitam o canal raquidiano em sua face posterior. Como o corpo vertebral, variam de forma e tamanho conforme a vértebra que constitui. Vista ao Raio X no sentido póstero-anterior têm o formato de asa de borboleta.


1.1- Apófises

Apófise Vertebral Posterior: as apófises posteriores da coluna vertebral são saliências ósseas de localização posterior formada como uma expansão da lâmina vertebral. Estão situadas na linha média posterior da coluna.

Apófise Transversa ou Costiforme: localiza-se lateralmente em relação ao eixo vertebral e constitui uma expansão dos pedículos na sua face lateral. Exceção é feita na quinta vértebra lombar, cuja apófise transversa é uma extensão posterior do corpo vertebral.

Apófises Articulares: são saliências articuladas da porção pedicular que relacionam as vértebras entre si, constituem o apoio posterior intervertebral. O apoio anterior é realizado pela estrutura do disco intervertebral. As apófises articulares, relacionadas entre si nas vértebras adjacentes, formam a articulação interapofisária, cuja relação intervertebral dão origem ao forâmen de conjugação.

Apófise Odontóide ou Processo Odontóide: é uma porção óssea, densa, que se projeta na parte superior do áxis (segunda vértebra cervical) para dentro do atlas (primeira vértebra cervical) e se introduz no forâmen magnum. Este se localiza na base do crânio e tem em seu interior estruturas como o bulbo (centro nervoso do comando respiratório) e o início da estrutura medular-nervosa. O processo odontóide estabiliza a coluna cervical em relação ao crânio, permitindo os movimentos de rotação da cabeça. O mesmo se projeta no interior do atlas, que realiza o suporte do crânio e do forâmen magnum que se constitui na cavidade localizada na base do crânio.

Facetas Articulares: são porções cartilaginosas das articulações interapofisárias. Na região dorsal, existem as facetas costais superiores e a faceta costal inferior que se localiza superiormente e posteriormente ao corpo vertebral. Elas servem para fazer a conexão com os arcos costais. Na região torácica também temos a presença das facetas costais transversas que, unindo-se a porção proximal das costelas, aumentam a estabilidade entre a coluna e o arcaboço torácico.

Cápsula Articular: é uma estrutura com tecido fibroso que é responsável pelo revestimento das articulações interapofisárias e, juntamente com a membrana sinovial, tornam a estrutura emerticamente fechada onde circulam líquido sinovial para nutrir e vitalizar as catilagens em contato na articulação. Esta membrana capsular reveste também as articulações costo-vertebrais e costo-transversas, localizadas ao longo da coluna torácica.

Forâmen Vertebral: trata-se de um orifício que se localiza lateralmente ao canal vertebral. Encontra-se relacionado ao espaço intervertebral e parte inferior do corpo da vértebra. Localiza-se entre as facetas articulares por trás, e o corpo vertebral e o disco intervertebral pela frente. Através desses forâmens emergem as raízes nervosas de dentro do canal vertebral. Podem ser comparados a janelas pelas quais as raízes nervosas têm o seu trânsito para realizar o comando de área e receber a sensibilidade de áreas segmentares.

Disco Intervertebral: O disco intervertebral constitui-se de uma estrutura fibro-cartilaginosa formada por anéis concêntricos em sua porção externa e um núcleo gelatinoso formado por substâncias hidrófilas (muco polissacarídos) que garantem essa hidrofilia (retenção de água), mantendo a capacidade de hidratação e flexibilidade do disco. As vértebras desde C2 (segunda vértebra cervical) até S1 (primeira vértebra sacra) são interpostas por estruturas discais chamadas de discos intervertebrais. Ao todo são 23 discos. O anel fibroso concêntrico suporta as pressões submetidas à coluna vertebral, transmitidas pelos corpos vertebrais. Um núcleo gelatinoso, através do seu deslocamento, estimula o anel fibroso na retenção das pressões e orienta o todo corporal quanto à posição da coluna vertebral. Essa orientação é dada através dos ramos do nervo sinovertebral ou nervo de Luschka. Este nervo "comunica" os estímulos recebidos, revelando aos músculos eretores da espinha as linhas de força de pressão sobre a coluna vertebral. Sua localização é a porção posterior do disco e o mesmo se comunica com a raiz nervosa emergente da coluna.

Ligamentos: são estruturas fibrosas cuja função está relacionada à estabilidade intrínseca das vértebras na sua posição natural.

Ligamento Longitudinal Anterior: tem forma laminar. Inicia-se na base do crânio até o sacro. Serve para reforçar a estabilidade da coluna na sua porção anterior e encontra-se na linha média do corpo vertebral. Estabiliza a coluna desde a articulação atlanto-ociptal até a transição lombo-sacro.

Ligamento Interespinhoso: localiza-se na região espinhosa e se inicia pelo ligamento da nuca, porção estabilizadora entre o osso occipital e as apófises cervicais, estendendo-se até as apófises sacras. É reconhecido como ligamento inter-espinhal tendo a sua porção contínua com o nome de ligamento supra-espinhal.

Ligamentos Amarelos: são expansões ligamentares que conectam a face anterior da lâmina superior com a face posterior da lâmina vertebral adjacente inferior.

Ligamento Longitudinal Posterior: trata-se de um ligamento laminar que se localiza dentro do canal vertebral justaposto à porção posterior dos corpos vertebrais.

Ligamentos Cruciformes: localiza-se na base do crânio e é formado pelos ligamentos superior, transverso e inferior. Comunica-se com as fibras do ligamento alar.

Ligamentos Inter-transversos: interligam as apófises transversais. Encontram-se lateralmente à coluna vertebral.

Ligamento Costo-transverso e Ligamento Radiado: unem a costela com as apófises transversas e com o corpo vertebral subseqüentemente.

É constituída por 33 ou 34 ossos ditos vértebras. Toda vértebra é formada por um corpo em forma de disco, de espessura variável conforme a região. Do corpo partem as lâminas vertebrais que convergem para dentro, e, reunindo-se, formam um anel. Da superposição desses anéis resulta um canal no qual está contida a medula espinhal. Os anéis apresentam, dos lados e posteriormente, apêndices ósseos, chamados apófises; as laterais se chamam apófises transversais; a posterior se chama apófise espinhal. As apófises dão inserção a músculos e ligamentos. Toda vértebra se articula com a vértebra que está acima e com aquela que está abaixo mediante apófises articulares. Todas as vértebras têm particularidades próprias, de acordo com o lugar que ocupam na coluna vertebral. As vértebras se classificam em cervicais, torácicas ou dorsais, lombares, sacras e coccigianas.



1.1.1- Vértebras cervicais

São sete. A sua apófise transversa tem a característica de ser escavada por um orifício ( orifício transversal) pelo qual passam os vasos vertebrais. A primeira vértebra cervical se chama atlas: articula-se, em cima, com o crânio, e, embaixo, com a segunda vértebra cervical chamada áxis. Estas duas vértebras são muito diversas de todas as outras porque têm o fim de permitir os movimentos da cabeça. O atlas não tem corpo e recebe, no seu anel, uma apófise do áxis, o dente do áxis. A sétima vértebra cervical se chama proeminente porque se destaca de modo sensível e determina, principalmente nos indivíduos magros, uma saliência visível.


1.1.2 - Vértebras torácicas

São 12, têm um corpo reforçado e se articulam com as respectivas costelas.


1.1.3- Vértebras lombares

São 5 e têm um corpo maior do que as precedentes.


1.1.4 - Vértebras sacras

São 5 e têm um tamanho decrescente. No feto e na criança até cerca de 8 anos são independentes umas das outras, enquanto no adulto se soldam entre si; da sua reunião se forma um único osso, que é chamado osso sacro.


1.1.5- Vértebras coccigianas

São 4 ou 5 e têm um tamanho bem reduzido. A coluna vertebral tem bastante mobilidade por causa das articulações entre uma vértebra e outra. Não é reta, mas apresenta quatro curvaturas, duas voltadas para diante e duas voltadas para trás, as quais se alternam entre si e, portanto, se compensam. As curvaturas tomam o nome da região em que se acham: temos assim a curvatura cervical (aberta para trás), a curvatura dorsal (aberta para diante), a curvatura lombar (aberta para trás) e a curvatura sacra (aberta para diante). Essas são as curvaturas dispostas no plano ântero-posterior, e se vêem observando a coluna de perfil.

A coluna vertebral, vista pela frente, parece direita, exceto uma pequena curvatura aberta para a esquerda, presente em quase todos os indivíduos. Essa curvatura faz com que o ombro esquerdo seja ligeiramente mais alto do que o direito. O fenômeno não é facilmente explicável. Foi atribúída a culpa à maior atividade dos músculos da parte direita, mas a mesma curvatura existe nos canhotos. Segundo outros é a posição assumida pela maior parte dos indivíduos nos bancos da escola.

As curvas da coluna vertebral podem ser acentuadas por motivos patológicos. Quando são acentuadas as curvas abertas para trás, tem-se a lordose; quando, ao contrário, são exageradas as curvas abertas para a frente tem-se a cifose. Quando a coluna vertebral apresenta uma curvatura para a direita ou para a esquerda, tem-se a escoliose.

O dorso, ouface posterior do tronco, é a parte principal do corpo à qual estão fixadas a cabeça, pescoço e membros. Consiste de pele, fáscia superficial contendo tecido adiposo, fáscia profunda, músculos, vértebras, discos intervertebrais, costelas (na região torácica), vasos e nervos. A dor lombar é uma queixa comum. Para compreender a base anatômica dos problemas do dorso que causam dor incapacitante, é necessário conhecer a estrutura e função desta região. Os locais comuns de dores são as regiões cervical (pescoço) e lombar, principalmente porque são as partes de maior mobilidade da coluna vertebral.



1.2- A coluna vertebral

A coluna vertebral (espinha) forma o esqueleto do dorso e a parte principal do esqueleto axial. Compõe-se de 33 ossos denominadas vértebras que se articulam nas articulações intervertebrais anteriores e posteriores. A coluna vertebral forma uma sustentação forte, mas flexível para o tronco. Estende-se a partir da base do crânio através do pescoço e do tronco. As vértebras são estabilizadas por ligamentos que limitam os movimentos produzidos pelos músculos do tronco. A medula espinhal, raízes dos nervos espinhais e seus revestimentos denominados meninges, estão situados dentro do canal vertebral, que é formado pelos forames vertebrais em vértebras sucessivas. Os nervos espinhais e seus ramos estão situados fora do canal vertebral, exceto pelos nervos meníngeos, que retomam através dos forames intervertebrais para inervar as meninges (membranas) espinhais.

A coluna vertebral proporciona um eixo parcialmente rígido e parcialmente flexível para o corpo e um pivô para a cabeça. Conseqüentemente, possui importantes papéis na postura, sustentação do peso do corpo, locomoção e proteção da medula espinhal e das raízes nervosas. Ao se sentar, a coluna vertebral transmite o peso do corpo através das articulações sacroilíacas para o osso ilíaco, e daí para as tuberosidades isquiáticas. Na postura ereta, o peso do corpo é transferido das articulações sacroilíacas para os acetábulos e daí para os fêmures. A coluna vertebral geralmente consiste em 33 vértebras, dispostas em cinco regiões, mas apenas 24 delas (7 cervicais, 12 torácicas e 5 lombares) são móveis. Em adultos, as cinco vértebras sacrais fundem-se para formar o sacro e as quatro vértebras coccígeas são parcialmente fundidas para formar o ossso coccígeo. As abreviações C, T, L, S e Co são usadas para indicar as regiões da coluna vertebral. As 24 vértebras móveis conferem à coluna vertebral considerável flexibilidade. A estabilidade da coluna vertebral é fomecida pela forma e resistência das vértebras e pelos discos intervertebrais, ligamentos e músculos. As vértebras móveis são conectadas por resistentes discos intervertebrais, que desempenham um importante papel nos movimentos entre as vértebras e na absorção de impactos transmitidos para cima ou para baixo na coluna vertebral. As vértebras móveis também estão conectadas entre si por articulações zigoapofisárias posteriores, pares (articulações planas) entre os processos articulares, e por fortes ligamentos longitudinais anteriores e posteriores. Esses ligamentos, que se estendem por toda a extensão da coluna vertebral, estão fixados aos discos intervertebrais e corpos vertebrais. Os ligamentos e articulações intervertebrais geralmente impedem a flexão e extensão excessivas da coluna vertebral. Movimentos além dos limites normais, isto é, hiperextensão e/ou hiperflexão do pescoço ("lesão em chicote") geralmente causam lesão das articulações e ligamentos e dos músculos, nervos e vasos associados.


1.2.1- Os corpos das vértebras

Representam cerca de três quartos do comprimento da parte móvel da coluna vertebral e os discos intervertebrais representam o outro quarto. Ao contar as vértebras,é importante começar na base do pescoço, porque o que pode parecer uma vértebra lombar adicional numa radiografia pode ser uma vértebra extra torácica ou sacral. Os corpos vertebrais gradualmente tomam-se maiores à medida que se aproximam do sacro e a seguir tornam-se progressivamente menores em direção ao cóccix. Essas diferenças estruturais estão relacionadas ao fato de que a região lombossacral sustenta mais peso que as regiões cervical e torácica.


1.2.2- Curvaturas normais da coluna vertebral

Na coluna vertebral articulada e em várias imagens usadas clinicamente, por ex., IRM (imagem de ressonância magnética), quatro curvaturas são normalmente visíveis no adulto. As curvaturas torácica e sacral são côncavas anteriormente, enquanto as curvaturas cervical e lombar são côncavas posteriormente. As curvaturas torácica e sacral são denominadas curvaturas primárias porque se desenvolvem durante o período fetal. As curvaturas cervical e lombar começam a aparecer nas regiões cervical e lombar antes do nascimento, mas só são mais evidentes após o nascimento, sendo denominadas curvaturas secundárias. A curvatura cervical é acentuada quando um lactente começa a manter sua cabeça ereta, e a curvatura lombar torna-se evidente quando a criança começa a andar. A curvatura cervical pode desaparecer através da flexão do pescoço. A curvatura torácica, permamente, é formada pelos 12 corpos vertebrais torácicos articulados. A curvatura lombar, geralmente mais acentuada em mulheres, termina no ângulo lombos- sacral. A curvatura sacral também é permanente e difere em homens e mulheres. O sacro geralmente é menos curvo em mulheres, o que aumenta o tamanho da abertura inferior da pelve ou saída da pelve. O centro de gravidade do corpo está localizado logo na frente do promontório sacral.

Nem todas as pessoas têm 33 vértebras, mas o número de vértebras cervicais é constante. Até mesmo a girafa só possui sete vértebras cervicais. Entretanto, ocorrem variações no número de vértebras torácicas lombares e sacrais em aproximadamente 5% das pessoas normais sob outros aspectos. As diferenças no número podem ser uma alteração numa região ( + ou -), sem alteração em outras regiões, ou uma alteração numa região à custa de outra (Bergman et aI., 1988). Embora variações numéricas das vértebras possam ser clinicamente importantes, a maioria delas é detectada em dissecções, necropsias ou em radiografias de pessoas sem história de problemas no dorso.

O feixe de filamentos radiculares no espaço subaracnóide abaixo da medula espinhal é denominado cauda eqüina. Está situada distalmente à vértebra L2 no canal vertebral do adulto.

A extremidade inferior da medula espinhal afila-se abruptamente no cone medular. A partir de sua extremidade inferior, um filamento fibroso delgado, denominado filamento tenninal (l.filum, filamento ), desce entre as raízes nervosas que constituem a cauda eqüina. Deixa a extremidade inferior do saco dural e atravessa o hiato sacral. Aqui funde-se com a extremidade superior do ligamento anococcígeo e termina com ele através da inserção no dorso do osso coccígeo.

O filamento tenninal não possui significado funcional. É o remanescente vestigial da medula espinhal que estava situada na cauda do embrião (Moore, 1988). Sua extremidade proximal consiste em vestígios de tecido neural, tecido conjuntivo, pia-máter e tecido da neuróglia.



1.2.3- O suprimento arterial da medula espinhal

Os vasos que suprem a medula espinhal são derivados de ramos das artérias vertebrais, cervicais profundas, intercostais e lombares. É suprida por três artérias longitudinais, uma artéria espinhal anterior e duas artérias espinhais posteriores. Essa vascularização é reforçada por sangue de vasos segmentares denominados artérias radiculares.


1.2.4- As artérias espinhais.

A artéria espinhal anterior é formada pela união de dois pequenos ramos das artérias vertebrais. Percorre a extensão da medula espinhal na fissura mediana anterior e supre os dois terços anteriores da medula espinhal. O calibre dessa artéria varia de acordo com sua proximidade de uma artéria radicular magna. Geralmente é menor na região de T4 a T8 da medula. As artérias espinhais posteriores originam-se como pequenos ramos das artérias vertebrais ou das artérias cerebelares inferiores posteriores. Freqüentemente apresentam anastomoses entre si e com a artéria espinhal anterior



2- DEFINIÇÃO

A escoliose congênita é uma patologia associada principalmente a anomalias como malformações vertebrais e dos arcos costais, que torna-se, em geral, evidente no primeiro e segundo ano de vida.

Todo desvio angular lateral observado na coluna vertebral deve ser considerado como patológico, porque fisiologicamente impedem a movimentação lateral das partes colunares afetadas.

Alguns tipos de anomalias são visíveis em radiografias da coluna vertebral, antes que possa ser firmado um diagnostico de escoliose congênita.

Diz-se que as curvaturas escolióticas, em presença de costelas fusionadas, são caracterizadas congênitas, a menos que haja prova em contrario.

As anomalias mais graves da coluna vertebral são as que envolvem os elementos nervosos, como a diastematomielia e muitos tipos de disrafismo espinhal, qualquer anormalidade neurológica associada à escoliose congênita torna potencialmente perigoso o tratamento vigoroso de escoliose. Estudos realizados com base em 234 pacientes com escoliose congênita, com tipo de anomalia espinhal, não foi considerado significativo no prognostico.

A diastematomielia pode ocorrer em aproximadamente 5 % dos pacientes. Uma avaliação apropriada de qualquer anormalidade associada deve preceder o tratamento definitivo da coluna vertebral. A mielografia ou as imagens por ressonância magnética podem ser utilizadas rotineiramente, devendo ser empregadas caso haja suspeita de uma diastematomielia, ou se existe qualquer anormalidade neurológica nas extremidades inferiores.

Experiências relatam que 31 pacientes com escoliose congênita e anomalias intra-espinhais, 17 pacientes apresentavam diastematomielia, e os 14 restantes tinham um grupo variado de tumores do desenvolvimento. É enfatizado o provável alto risco de anomalias intra-espinhais congênitas, em presença da escoliose congênita. Um número significativo desta anomalias pode não apresentar manifestações cutâneas. A mielografia ou imagens por ressonância magnética pré operatória fica claramente indicada nestes pacientes, e o tratamento neurocirurgico precederá a fusão da coluna.

Observações em pacientes com escoliose congênita ao longo de todo o período de crescimento é absolutamente essencial; há necessidade de exames neurológicos e radiografias da coluna vertebral periodicamente. Todas as radiografias devem ser medidas cuidadosamente, devendo ser comparadas não só com as radiografias mais recentes como também com as mais antigas, de modo que possam ser detectados crescimentos muito lentos nas curvas.

Devem ser obtidas mensurações cuidadosas, e uma comparação refinada das radiografias da coluna a intervalo de 6 meses, através dos sistemas de mensuração de Cobb. Será então determinado se a curva é progressiva. Se for demostrado que a curva é progressiva, dever ser prontamente instituído se tratamento. Todas as curvas devem ser medias, inclusive as compensatórias ou secundarias nas partes aparentemente normais da coluna vertebral. Tomamos as medidas a partir de cada extremidade da área anômala, bem como de cada extremidade de toda a curva geralmente considerada no tratamento, ou seja, desde a vértebra maximamente inclinada em cada extremidade. A mensuração da área anômala em separado é, possivelmente um meio mais acurado para que se determine se o crescimento é assimétrico, ou se a curva esta aumentando, pois o maior numero de vértebras esta sendo acrescentada a ela. Visto que, com freqüência, uma cifose congênita está sendo produzida por um hemivertebra posterior ou póstero lateral, ou por outros erros de segmentação, deverão ser tomadas radiografias laterais da coluna vertebral, para que seja detectado o surgimento da corcunda. Quando uma cifose congênita aumentada será impositiva a pronta realização de uma fusão posterior; em quanto a deformidade é relativamente branda, esse tratamento comumente é suficiente. Entretanto, uma cifose mais grave é mais difícil de controlar.

Caracteristicamente durante os períodos de crescimento lento as curvas não cresceram mais que 5 graus por ano, aumentando rapidamente com surtos de crescimento, na pré adolescência.

Comumente há formação de uma barra unilateral causada pela não segmentação dos elementos posteriores de duas ou mais vértebras num dos lados, é o tipo de anomalia que mais provavelmente causara uma escoliose progressiva significativa. Esta não segmentação unilateral pode também envolver os corpos vertebrais.

A escoliose congênita não progride após a puberdade.



3- CLASSIFICAÇÃO FEITA POR MACEWEN

1. Erro de formação

a- Erro parcial de formação ( vértebra em cunha)
b- Erro completo de formação ( hemivertebra)

2. Erro de segmentação

a- Erro unilateral de segmentação ( barra não segmentada unilateral)
b- Erro bilateral de segmentação ( vértebra em bloco)

3. Outros erros

Ao se pensar no equilíbrio dos potenciais de crescimento na coluna vertebral, torna-se claro que, se um dos lados não sofreu segmentação e não tem potencial de crescimento, o lado oposto com potencial de crescimento ira gerar um curva progressiva. Por outro lado, se a curva vertebral apresenta um grupo de anomalias diversas, o crescimento potencial pode ser aproximadamente o mesmo nos dois lados. Por tanto, a anomalia mais problemática é a barra não segmentada unilateral.

A Segunda anomalia mais problemática é a presença de várias hemivertebras adjacentes em si, no mesmo lado da coluna vertebral. Quanto maior a curva em termos de graus, e quanto mais longa em termos de segmentos vertebrais envolvidos, mais provável será a ocorrência da progressão.



4- SINTOMATOLOGIA

Na grande maioria das vezes, os sintomas são escassos. A dor é a exceção.

A deformidade aparente precede em geral de muitos meses, qualquer fenômeno doloroso ou cansaço físico.

Curvas na região torácica produzem logo uma simetria do gradil costal, fazendo com que o diagnóstico seja mais precoce.

Curvas de 20º são já em geral detectadas na região dorsal, ao passo que as curvas de 40 a 50º passam às vezes despercebidas na região lombar.

Os primeiros sintomas estão relacionados com a silhueta ou contornos do tronco.

Há uma quebra da simetria bilateral do tórax e dos quadris, produzindo em geral uma maior saliência da omoplata direita, elevação do mesmo ombro, pronunciamento do sulco do quadril direito e retificação do sulco à esquerda. Na face anterior, o hemitórax esquerdo é mais saliente, e a mama esquerda, se já existir, decorrentemente mais volumosa.



5- DIAGNÓSTICO

A escoliose congênitas é de diagnóstico mais fácil, por produzirem curvas precocemente e por existirem outras deformidades concomitantes que estabelecem o diagnóstico.

O diagnóstico nas deformidades mais graves é feito, em geral, ao nascimento, mas pode passar despercebido nos casos mais leves, sendo que em muitas ocasiões um achado ocasional de radiografia.

O exame neurológico é fundamental em todos pacientes porque o defeito freqüentemente é neuroectodermico e compromete desde o tegumento ate o tecido nervoso.

A associação com defeitos congênitos de outros aparelhos deve ser sempre investigada, em particular com o sistema cardiocirculatório e urinário. Ocorre uma incidência de 30% de malformações urinarias na escoliose congênita.

Para estabelecermos um diagnóstico precoce, além da observação estática do tronco, o exame dinâmico ou potencializado tem extrema importância.

O diagnostico é feito por:

a) RADIOGRAFIAS DA COLUNA LOMBAR

Permitem visualizar a imagem das vértebras e das facetas articulares detectando se existem ou não escoliose, e dar uma série de alterações que vão orientar o tratamento.

b) TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA (T.C.)

A tomografia computadorizada é um exame radiográfico mais poderoso que a radiografia e permite estudar a coluna em 3 dimensões.

É possível visualizar perfeitamente o canal medular, verificar a posição, da escoliose o estado das vértebras.

A tomografia só deve ser solicitada em casos especiais onde se precisa de mais esclarecimentos.

c) A RESSONANCIA MAGNÉTICA (R.M)

É um exame radiográfico ainda mais poderoso que os anteriores pois permite visualizar todas as estruturas anteriormente relatadas além de nos mostrar com detalhes as alterações da medula nervosa e raízes nervosas, hérnias discais, o estado de hidratação do núcleo pulposo, as estenoses do foramen e do canal e etc. Atualmente a R.M. é o exame mais completo para o estudo da coluna vertebral.

d) MIELOGRAFIA e a MIELOTOMOGRAFIA

São outros exames de imagem que, em casos especiais podem ser solicitados.

e) A ELETRONEUROMIOGRAFIA

É um eletrodiagnóstico que estuda a função e a integridade das raízes nervosas e nervos periféricos.



6- ANAMNESE

A anamnese completa e o exame físico permitem o diagnóstico fisioterápico das deformidades na coluna vertebral.

Considerações sobre as condições do nascimento da criança e de seu desenvolvimento auxiliam na determinação dos fatores causais, devendo os pais serem interrogados sobre: prematuridade, baixo peso ao nascer, início da marcha, que permitem avaliar o desenvolvimento neuropsicomotor. Estes fatores são importantes nas deformidades congênitas e neuromusculares. Deve-se também pesquisar a presença de deformidades em seus familiares , pois algumas deformidades podem ser mais freqüentes em determinadas famílias.

Ao exame físico deve-se observar o alinhamento do tronco em posição ereta e também por meio da manobra de que é realizado curvando Adam ( teste com flexão anterior da coluna, mantendo os braços e joelhos estendidos). Esta manobra possibilita uma melhor observação da deformidade, tendo alta sensibilidade e baixa especificidade, sendo que assimetria do tronco é detectada, pois geralmente o lado dominante é mais desenvolvido.

Durante o exame físico também deve-se observar o local e a magnitude da deformidade. A altura dos ombros, o espaço existente entre os cotovelos e o tronco (triângulo do talhe) e a proeminência pélvica (devido a assimetria das cristas ilíacas) auxiliam na observação da deformidade.

A inspeção da pele também pode adicionar dados importantes ao diagnóstico, pois a presença de nódulos e manchas (café com leite), pode indicar uma doença , neurofibromatose. O exame neurológico completo é obrigatório, pois as deformidades podem causas lesões associadas do sistema nervoso, como em pacientes com a presença de siringomielia


6.1- Avaliação clínica

A avaliação é de grande importância quando se deseja chegar a um correto diagnóstico e prognóstico. Além disso, uma avaliação específica e completa possibilita melhores parâmetros para o tratamento.

Uma boa avaliação é composta por exame clínico e exames complementares.

O exame clínico deve ser composto pela avaliação postural convencional somada a algumas observações específicas:

- Idade de diagnóstico:

É sabido que, na maioria das vezes, a escoliose será diagnosticada acidentalmente, pois os sintomas são mínimos (ou mesmo ausentes), e sendo assim a descoberta pode ocorrer já em fase deformante.

Ao realizarmos a avaliação, precisamos registrar o momento em que foi diagnosticada a escoliose, pois dependendo da fase de maturação em que foi diagnosticada e a fase em que o indivíduo está no momento da avaliação, teremos dados importantes para estabelecermos o prognóstico.

Estas fases são divididas em: RN (até 1 ano), infantil (1 a 3 anos), juvenil 1 (4 a 7 anos), juvenil 2 (8 a 11 anos), juvenil 3 (11 a 12 anos - meninas e 14 anos – meninos), adolescente (12/14 a 17 anos - meninas e 19 anos – meninos) e adulto (após a maturação total).

- Flechas

Clínicas sagitais:

Exame realizado com auxilio de um fio de prumo, onde é observada a distancia entre o plano vertical, fio de prumo, que encosta no paciente em um ponto denominado pivô e as vértebras convencionais pré determinadas T1,T8, L3 e S2.

P. Stagnara (ANO) traz os seguintes valores normais: pivô em T8 e S2 e 30 mm de distância em T1 e L3. Não há parâmetros nacionais de normalidade mas estudos franceses mostram que é possível, sobretudo nas distâncias exageradas, classificar o paciente segundo os valores obtidos. Apresentamos aqui estes parâmetros, lembrando que deveria haver uma pesquisa no Brasil que pudesse nos fornecer dados nacionais de normalidade.

Normal:

T1 30mm
Vértice em T7
L3 30 mm
Sacro 0

Hipercifose:

T1 70mm
Vértice em T7
L3 45mm
Sacro 40mm

Hiperlordose:

T1 20mm
Vértice em T5
Lombar 70mm
Sacro 10mm

Cifolordose:

T1 60mm
Vértice em T7
Lombar 80mm
Sacro 30mm

Cifose Total:

T1 60mm
Vértice em T11
Lombar 30mm
Sacro 30mm
Inversão: T1 40mm
Dorsal (T7) 25mm
Vértice em L1
Sacro 10mm

Dorso Plano:

T1 30mm
Dorsal (T7) 20mm
Lombar 20mm
Vértice no Sacro

Lordose Total:

T1 0
Dorsal (T10) 40mm
Sacro 20mm


- Flechas clínicas frontais:

Mostram a distancia no plano frontal entre a apófise espinhosa da vértebra do vértice e o fio de prumo, que deve representar a linha media do tronco, em indivíduos não portadores de escoliose a distancia é zero. Observe que mesmo pequenas distancias podem representar escoliose com curvatura importante, uma vez que, a apófise espinhosa está rodada para a concavidade da curva.


- Eixo occipital:

Corresponde a distância e o lado do deslocamento de um fio de prumo, passando pela espinhosa de C7 em relação à fenda glútea ou em relação a um ponto de referência colocado no solo.

- Gibosidade:

Um dos testes mais conhecidos para a avaliação da escoliose é o teste de Adam. Este teste permite avaliar a existência de gibosidade posterior, que também é um fator importante na determinação do prognóstico.

A gibosidade ocorre devido à presença de rotação nas vértebras. Esta deformidade rotacional altera o gradil costal e é evidenciada pela protusão do mesmo, na região posterior do tronco, no lado da convexidade.

Para avaliar a gibosidade podemos utilizar um inclinomômetro (medida em mm.), ou um escoliômentro (medida em graus).

Este paciente está fazendo o teste de Adams ou Teste da Inclinação.

A régua colocada na parede mostra a grande diferença existente entre um lado e o outro do tórax, a chamada giba ou gibosidade.

O Rx deste caso mostra o desvio



7- TRATAMENTO CONSERVADOR

O colete de Milwaukee é o método mais efetivo, dentre os métodos comumente ineficazes de tratamento não cirurgico. Está ortese é usada principalmete para as curvas compensatórias acima e abaixo da curva congênita. Se a órtese mantiver as curvas numa posição aceitável, ela poderá Ter continuidade em seu uso. Entretanto se qualquer curva começar a progredir, a despeito de um uso consciencioso da órtese, ficará indicada a fusão. Não deve ser feita a tentativa de tratamento de curvas excedendo so 50 graus por meio de órtese.


8- TRATAMENTO CLÍNICO CIRÚRGICO

A cirurgia permanece sendo o tratamento fundamental para a escoliose congênita, visto que 75% das curvas são progressivas, e a órtese de Milwaukee é relativamente ineficaz. A fusão para escoliose congênita pode ser realizada em pacientes muito jovens, visito ser muito melhor eliminar o crescimento na lado convexo, e impedir a progressão. Não utilizamos rotineiramente uma órtese de Milwaukee após fusões de escoliose em pacientes jovens. Entretanto a órtese pode ser necessária num paciente com escoliose congênita em que a curva primária não esteja crescendo, mas as curvas secundárias na parte normal da espinha devam ser controlada até que tenha completado o crescimento do paciente. Sem este tipo de tratamento, as curvas na área previamente normal da coluna vertebral tornariam-se, por vezes, estruturais, e mais do que dobram o ângulo da curva congênita.


8.1- Fusão in situ

A fusão In Situ é apropriada para as curvas detectadas num estágio inicial, e com deformidade de pequena intensidade. Obtém-se uma ampla exposição da área a ser submetida 'a fusão , até as pontas dos processos transversos bilateralmente, através de uma cuidadosa dissecção subperiostal. Em seguida são excisadas as articulações das facetas, e a cartilagem é removida. Preferivelmente, deve ser aplicado enxerto ósseo autógeno nas articulações das facetas, com toda área descorticada, sendo acrescido mais material ósseo , os limites superior e inferior da área fusionada podem ser marcados com uma sutura com fio metálico ou com um clipe metálico , para observação pós-operatória. A imobilização pós operatória se faz num aparelho de Risser e o paciente continua ambulatório.


8.2- Correção por meio de aparelho de gesso e fusão

A correção por meio de aparelho de gesso e fusão são úteis nas curvas suficientemente flexíveis para que seja permitida uma correção pelo aparelho, mas em que a instrumentação é impraticável, ou é considerada perigosa. A aplicação do aparelho pode ser realizada no pré operatório, a fusão deve sempre abranger a curva medida com pelo menos uma vértebra acima e outra abaixo, e todas as vértebras rotacionais na mesma direção das existentes no ápice da curva devem ser incluídas. A técnica cirúrgica é a mesma para fusão In Situ. A aplicação do aparelho se faz com máxima correção; é utilizada uma tração longitudinal e força localizadora.


8.3- Tração halo- femural e fusão

A técnica de tração halo-femurral e fusão raramente e realizada para as curvas congênitas, ficando reservada para as curvas mais rígidas, nas quais a correção por aparelho é inadequada, e em que se torna desejável um maior grau de correção. A quantidade de peso utilizada na tração não deve exceder os 50% do peso corporal total, os pesos são acrescidos lentamente e gradualmente, a cada dia, com uma monitoração cuidadosa do quadro neurológico. A incapacidade de urina deve ser o primeiro sinal de disfunção neurológica da medula espinhal. Qualquer dor súbita e dormência ou debilitação deve resultar na descontinuação de todos os pesos aplicados, e que somente serão gradualmente reiniciados após o desaparecimento dos sintomas. Comumente há necessidade de um período de até 3 semanas para seja obtida a correção máxima com a lenta adição dos pesos. O paciente é operado em tração , com os pesos reduzidos em 50%, os pesos são gradualmente retornados ao nível pré operatório em 24 e 72 horas após a cirurgia.


8.4- Instrumentação de harrington e fusão

A instrumentação de Harrington e fusão são muito mais perigosas em casos de escoliose congênita, do que nos de escoliose idiopática, devendo ser utilizadas sob monitoração da medula espinhal. A instrumentação é algumas vezes inserida apenas como estrutura estabilizadora, apoiando-se em toda correção que deve Ter sido alcançada pela ação do dispositivo halo-femural ou do aparelho;


8.5-Fusão convexa anterior e posterior combinada

Critérios para seleção do paciente:

1- uma curva progressiva documentada;
2- uma curva com menos de 60 graus;
3- uma curva de seis segmentos ou menos;
4- uma criança com cinco anos de idade ou menos.

Os critérios de Winter para efetiva correção por pio do procedimento são:

1- epifisiodese de toda a curva, não meramente dos segmentos apicais;
2- fusão tanto anterior tanto posterior;
3- artrodese do segmento envolvido, que acompanha a pepifisiodese;
4- imobilização rígida da coluna vertebral , até que artrodese seja sólida;
5- realização do procedimento em tenra idade.


8.6- Técnica de Winter

Posicione o paciente sobre o lado côncavo, na posição lateral reta, e prepare e paramente as costas e o lado do mesmo campo. Faça duas incisões, uma na linha média posterior, e a outra ao longo da costela que será removida. Exponha as vértebras anteriormente por meio de uma abordagem transpleural, retropleural ou retroperitoneal, dependendo da área envolvida, identifique os níveis apropriados por uma radiografia., ligue os vasos segmentares, remova a metade lateral da placa de crescimento e a placa terminal óssea, insira um enxerto ósseo autógenoe suture a ferida. Posteriormente exponha apenas a convexidade da curva. Excise as articulações da facetas, descortique a lamina e processo transverso, e insira um enxerto autógeno, aplique um aparelho de gesso corretivo, que será usado durante seis meses, seguido de mais seis meses de uso de uma órtese apropriada.



9- TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO

O tratamento a ser instituído depende do grau da curva da escoliose e de suas manifestações. Assim, escolioses que causam perturbações respiratórias, que sejam geradoras de dores e incapacidades, bem como tenham uma tendência a um crescimento desenfreado da curva, são escolioses merecedoras de tratamento cirúrgico.

Nos casos de diagnóstico precoce e com curvas menores, a indicação básica é o uso do colete para impedir a deformação da coluna, acompanhado de educação corporal através de exercícios, visando a vitalização do arcabouço de sustentação da coluna vertebral.

Em todos os casos de escoliose, é importante o diagnóstico precoce e a avaliação clínica completa e radiológica do paciente. O controle da evolução sistemática pelo ortopedista responsável é a forma de minimizar os danos dessa patologia que, quando não tratada corretamente, pode causar danos irreparáveis para o futuro destas crianças, adolescentes e adultos.

O tratamento da escoliose é feito através de alongamentos ativos e passivos, recorre-se ao uso de eletroterapia com ondas curtas e crioterapia para aliviar a dor. Aplica-se massagens e manipulação da coluna vertebral através de uma força de tração na mesma.
No que se diz respeito ao tratamento fisioterápico tem-se uma série de informações importantes de ordem radiográfica e clínica que permite avaliar a gravidade do caso, e a partir dai, traçar-se três esquemas de tratamento:

1- O tratamento livre apenas por reeducação para as escolioses ditas "leves" (até 30º).
2- o tratamento ortopédico associado à fisioterapia nas escolioses moderadas (30 a 50º).
3- o tratamento cirúrgico associado à fisioterapia nos casos mais graves (acima de 50º).


9.1-Objetivos do Tratamento

- Reeducação postural.
- Exercícios de conscientização da postura correta.
- Alongamento
- Fortalecimento
- Eliminação da causa (quando possível)
- Prevenir evolução (quando possível)


9.2- Tratamento por reeducação

Exercícios posturais corretores
- paciente em pé: diante do espelho ortopédico com a ajuda visual permanente:
a) extensão axial equilibrada
b) Colocação da bacia
c) Correção dos triângulos do tórax em nível lombar
d) Correção dos mesmos triângulos em nível das axilas
em pé: conservando todas as correções, elevar-se na ponta dos pés, voltar os calcanhares ao chão.

- caminhada diante do espelho, com peso leve na cabeça.

- oscilações lentas da bacia em todos os planos, para chegar ao "corpo centrado", bacia colocada corretamente e todas as posturas mantidas.

- posições deitadas, abdominais, primeiramente a fim de ver as costas do paciente na medida em que não existe problema antero-posterior importante.

- posição sentada: em cadeira, geralmente, para evitar a flexão lombar no sentido da cifose e para se colocar em condições de utilização funcional desta posição cada vez mais comum. De frente para o espelho, os olhos abertos, depois fechados, o paciente realiza suas correções, sucessivamente primeiro, depois associadas.


Exercícios ativos

- Em decúbito ventral: estiramentos praticados em escoliose o mais corrigido possível, corpo centrado:
a) braços ao longo do corpo, com deslizamentos alternados ou simultâneos das mãos no chão.
b) braços em candelabro, com estiramento alternado ou simultâneo das mãos no chão.
- exercícios Klapp em deambulação: o deslocamento se efetiva sobre um círculo, quando os exercícios no mesmo lugar estiverem perfeitamente aprendidos.

- em suspensão: passar da suspensão passiva à ativa, com todas as correções:
a) Em suspensão sobre prancha mais ou menos inclinada com referência à horizontal.
b) Em suspensão de frente vertical.

- manutenção do tronco nas posições inclinadas:
a) Exercícios de fixação escapular (sem ou com halteres).
b) Com uma inclinação dada ao tronco, manter utilizando "carga máxima de correção".
- caminhadas diversas com pesos: normal, ponta dos pés, com parada para losango ou para leve inclinação para a frente.

- exercícios de equilíbrio
a) Equilíbrio sobre um pé (sem perder correções).
b) Caminhada sobre um risco traçado no chão.
c) Caminhada sobre viga.
d) Abaixamento dos ombros.
e) Em decúbito dorsal., fazer movimento de báscula com a bacia, insistindo na retroversão.
f) Em decúbito ventral mesmos tipos de exercícios.

- exercícios respiratórios
a) Exercício modelador para prevenir o dorso plano: sentado em uma cadeira, inspirar profundamente curvando as costas; manter-se possível, alguns segundos em apinéia e relaxar soprando forte.
b) Espirometria e espiroscopia sistemáticas.

- musculação
a) Abdominal: decúbito dorsal, braços ao longo do corpo mantendo o estiramento axial ativo, lombos colados no chão e membros inferiores estendidos a 80º: afastamentos laterais, tesouras, oscilações lentas dos membros inferiores esticados e juntos.
b) Retrovertebral: decúbito ventral no chão ou em extremidade de banco: elevar levemente os dois membros inferiores, afastamentos dos membros inferiores ao nível do chão.
É muito importante ressaltar que o êxito deste tipo de tratamento depende muito da adesão do paciente, de sua participação motivada, ativa e perseverante ao longo do tratamento. E preciso relevar a importância do papel psicopedagógico de todas as equipes que acompanham o paciente: centro especializado e principalmente fisioterapeuta local.


Exercícios abdominais

- deitado de costas, corpo centrado, membros inferiores fletidos, pés no chão, todas as correções posturais mantidas nos três planos: Flexão das duas coxas sobre o abdome e retorno.

- deitado em decúbito dorsal, com os dois membros inferiores estendidos entre 40º e 90º do solo de acordo com a lombar:
a) Afastamento dos membros inferiores.
b) Tesouras dos membros inferiores.

- sentado em banco, tronco vertical mantido corrigido nos três planos, pés presos: inclinar o tronco para trás, e volta, girando levemente sobre os ísquios. Observar o comportamento lombar.

- decúbito lateral esquerdo, correção dorsal reforçada, mão segurando o degrau da barra sueca, bacia levemente girada para trás: levantar ligeiramente os dois membros inferiores acentuando ainda as correções lombares e tesouras horizontais dos membros inferiores.

É necessário que certos conselhos importantes sejam dados aos pacientes, tais como: - evitar os esforços violentos ou prolongados.

- se períodos de repouso são prescritos durante o dia, considerá-los como posição de correção.

- pensar em suas correções na vida corriqueira.

- manter um equilíbrio entre atividade física e repouso.

A reabilitação consiste ainda em orientações posturais e realização de atividades cotidianas. As orientações posturais são formas corretas de realizar atividades e são importantes para todas as pessoas que sofrem de qualquer tipo de escoliose. Se realizadas corretamente podem ser importantes formas de prevenção.

* Trabalhando sentado: verificar se há recurso de ajuste de cadeira (encosto, base, altura). A mesa deve ficar na altura do cotovelo, não devendo ser muito baixa a ponto de curvar o corpo nem muito alta para que não levante muito os ombros. Não sente torto, procure se alinhar com o eixo da cadeira. Disponha os materiais que for utilizar na sua frente; evite torcer (rodar) o tronco ou virar muito o pescoço. Traga as tarefas para perto do corpo. Procure respeitar rigorosamente uma pausa (intervalo) a cada hora de trabalho, de preferência fazendo alguns alongamentos e relaxamentos da região mais tensa. Encoste bem na cadeira e leve-a junto da mesa para trabalhar.

* Deitar e levantar-se da cama: deite de lado, apoie sobre o cotovelo e a mão, coloque as pernas para fora da cama e sente-se.

* Abrir gavetas: ao se inclinar procure apoiar com uma das mãos no móvel e puxar com a outra.

* Ao trabalhar na pia ou no tanque: use um avental para poder encostar a barriga. Além disso, procure colocar uma pequena caixa no chão para que possa apoiar um dos pés sobre ela.

* Ao varrer ou passar rodo não incline o corpo para frente; aumente o comprimento do cabo.

* Evite torções do tronco ou do pescoço: apanhar objetos atrás do corpo, segurar o telefone com os ombros.

* Para levantar cargas pesadas do chão, separe as pernas, dobre os joelhos, segure o objeto o mais perto possível do corpo e depois levante. Antes de pegar um objeto pesado, respire fundo e prenda a respiração.

* Divida o peso em ambos os lados do corpo, isto é, carregue um peso de cada lado do corpo (sacolas, malas). Os braços devem estar esticados e bem perto do corpo.

* Para carregar uma criança pequena no colo, pegue-a com os dois braços, abrindo as perninhas e colocando-a sempre a cavalo. • Não carregue peso na cabeça.

* Ao calçar sapatos, procure sentar ou ajoelhar ao invés de fletir o tronco.

* Procure usar sapato com 1-2 cm de salto mas não exagere pois isto ocasiona dificuldades de posicionamento e dores lombares. Evite também sapatos pontudos.

* Ao entrar e sair de veículos não torça as costas. Gire o quadril e as pernas para fora ao mesmo tempo.

* Quando ficar em pé ou caminhar, procure ficar ereto e olhando para a linha do horizonte. Ande com a musculatura abdominal contraída. • Se tiver que esperar em pé, procure se encostar em algum lugar: parede, poste etc.

* Fora do trabalho, em casa, evite fazer tarefas que apresentem o mesmo padrão de movimento daqueles feitos no trabalho. É importante fazer repouso: deite e levante as pernas dobradas e colocando almofadas embaixo delas.

* Faça exercícios de aquecimento ou com movimentos contrários daqueles que realiza no trabalho como importante forma de prevenção.

* Dedique um tempo durante a semana para a prática de exercícios físicos para não se tornar um sedentário. O melhor tipo é dentro da água: natação ou hidroginástica, mas procure orientação médica sobre qual atividade praticar. Dê preferência a alguma que goste.

O terapeuta dispões de tipos de posturas, que serão empregadas de acordo com as necessidades apresentadas pelo paciente, depois de minuciosa avaliação. O trabalho respiratório é fundamental para um bom resultado.

A respiração mobiliza todos os músculos do tórax e atua nos sistemas digestivo, cardíaco e nervoso. Quando a respiração é desbloqueada, os músculos ficam soltos, permitindo a melhora da postura respiração é desbloqueada, os músculos ficam soltos, permitindo a melhora da postura.


9.3-Fisioterapia na fase pré-operatória

Conforme os casos, os tratamentos pré operatórios empregam exercícios progressivos diferentes. Pode-se esquematizar da seguinte forma:

- fisioterapia com base amaciadora;
- alongamentos vertebrais;
- fisioterapia respiratória para aumentar a capacidade vital;
- Cinesioterapia para preparação muscular.

Nesta fase, mobilizações passivas ou ativo passivas tendem a amaciar sistematicamente, sem insistir sobre a estrita localização das curvaturas. Alongamentos, flexões, extensões, inclinações laterais, rotações são feitas no inicio com posições deitadas, de quatro, sentadas ou mesmo em suspensão. Elas permitem mobilizar em todos os planos, insistindo nas zonas de rigidez e na modelagem das gibosidades.

A respiração é educada a fim de que, nas seqüências imediatas da intervenção, o operado possa praticar corretamente seus exercícios de ventilação e de repouso:

- estudo dos tempos respiratórios, busca de amplitude;

- respiração abdominal, para evitar as reações dolorosas no nível da artrodese dorsal.


9.4- Fisioterapia na fase de pós-operatório

A fisioterapia é primeiramente respiratória e modeladora.

O trabalho respiratório em todas as suas formas é ainda útil pelo fato mesmo das opressões torácicas inerentes ao gesso. A recuperação da capacidade vital, cortada pela intervenção, tinha sido estimulada durante a fase de enfermagem; ela será prosseguida durante todo o período de contenção; e também, sobretudo, posteriormente.
A fisioterapia visa ainda à recuperação progressiva, primeiro em busca específica ao nível da coluna: oxigenação, marchas com auto alongamento, exercícios de ginástica em decúbito tendo sobretudo um efeito psicológico.
Progressivamente, a fisioterapia melhora as reações posturais, propõe uma musculação simétrica e efeitos funcionais adaptados.
A musculatura de apoio é tomificada com contração isométrica rigorosa:
- exercícios abdominais estáticos em decúbito dorsal, a angulação dos membros inferiores, com relação á horizontal, é escolhida e mantida para que a zona artrodesada não sofra nenhum efeito de cisalhamento.
- exercícios de tomificação retrovertebral muito progressivos.
- exercícios de marchas.
Nenhum exercício busca mobilizar a região operada. Deu-se evitar as sobrecargas e os maltratos das interlinhas vertebrais que ficaram livres.


9.5- Tratamento ortopédico associado à fisioterapia

Esse tratamento associa a fisioterapia à órtese. A fisioterapia garante a necessária manutenção fisiológica geral do paciente. A fisioterapia participa do tratamento corretor com seus exercícios próprios e permite a rigorosa vigilância da órtese. Os tratamentos ortopédicos mais praticados atualmente de acordo com os tipos de órtese usadas são:

- os tratamentos ortopédicos ditos lioneses, por gessos corretores e colete.

- os tratamentos por colete de Milwaukee, órtese a qual pode-se associar o colete de Boston.

A escolha terapêutica é feita em função da idade do paciente e da gravidade da escoliose. A fisioterapia no uso da órtese tem como objetivos:

- exercícios corretores.
- tomada de consciência do corpo e imagem corporal.
- conservar flexibilidade da coluna.
- evitar enfraquecimento muscular.
- alongamentos.

Alguns exemplos de exercícios:

- auto alongamentos:
a) Em decúbito dorsal, braço ao longo do corpo: tração axial ativa cérvico dorsal.
b) Em decúbito dorsal, mãos colocadas sobre a haste anterior: mesmo exercício anterior com uma ligeira tração.




10- CONCLUSÃO

A avaliação é de suma importância para se chegar à um diagnóstico e prognóstico. É por meio dela é possível obter os cinco fatores que são importantes para determinação do prognóstico, que são a gibosidade (mensurado pela avaliação clínica), ângulo de Cobb, presença/ausência de curvas compensatórias, crescimento remanescente e a presença de retificação da coluna vertebral, itens esses que são observados na avaliação radiográfica.

As avaliações de acompanhamento devem ser realizadas a cada 6 meses, exceto na fase do estirão de crescimento, que deve ser repetida com maior freqüência (a cada 3 ou 4 cm. que o indivíduo cresça).

A escoliose congênita, se não tratada pode levar a óbito.



11- BIBLIOGRAFIA

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http://www.santalucia.com.br/ortopedia/postural-p.htm

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http://www.zemoleza.com.br/trabalho_ver.asp?LinhasVistas=404&Cod=4454&Pag=4&
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CAMPBELL ; Cirurgia Ortopédica de Campbell; ed 8: Manole, vol V. p 3922-3925

BARROS, T.E.P; BASILE, RJ. Coluna vertebral diagnóstico e tratamento das principais patologias. ed 1 São Paulo 1997, p 85-88