É de especial importância aos profissionais da área da saúde o conhecimento prévio de todo o processo fisiológico normal de continência, para que possamos intervir diretamente e de forma conservadora nos cuidados da pessoa incontinente, para tanto, faremos uma breve revisão dos mecanismos fisiológicos normais.
REFLEXO DA MICÇÃO
Uma vez que o reflexo da micção se torne suficientemente intenso, outro reflexo é desencadeado determinado o relaxamento esfincteriano. Se esta inibição for mais potente no cérebro que os sinais constritores voluntários para o esfíncter externo, ocorrerá a micção; caso contrário , a micção não ocorrerá até que a bexiga se encha ainda mais e a micção reflexa se torne mais intensa.
FISIOLOGIA DA MICÇÃO
O reflexo da micção é um reflexo completamente autonômico da medula espinhal, mas pode ser inibido ou facilitado por centros do cérebro.
Músculo Esfincter ForteMúsculo Esfincter FracoCLASSIFICAÇÃO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIADentre as Incontinências Urinárias definiremos:
A Incontinência de Urgência pode ser sensitiva ou motora e a diferenciação é feita no exame urodinâmico.
Incontinência Urinária de EsforçoÉ a perda involuntária de urina que surge com aumentos da pressão intra-abdominal, causando problema social ou higiênico para a mulher, na ausência de atividade contrátil do detrusor. Em condições normais o esfíncter da uretra é capaz de impedir a saída de urina por ocasião de aumento acentuado e abrupto da pressão intra abdominal como em episódios de tosse, espirro ou riso forçado. Na incontinência urinária de esforço ocorre uma perda involuntária de urina quando a pressão vesical excede a pressão uretral máxima, sem que o músculo detrusor tenha se contraído. Pode ser um sintoma (quando a paciente nos relata) pode ser um sinal (quando percebido ao exame físico) ou uma condição (quando vem associado a um diagnóstico urodinâmico específico).O fator determinante da IUE é a alteração do gradiente de pressão entre a bexiga e a uretra. Essa mudança ocorre por falha no mecanismo esfincteriano extrínseco ou intrínseco da uretra. Assim, a IUE pode ser decorrente de hipermobilidade do colo vesical e/ou insuficiência esfincteriana.Quando se somam os sintomas da IUE e da Incontinência de Urgência, é necessário analisar a predominância dos sintomas.
FATORES PREDISPONENTES
Parto Vaginal:Por trauma neuromuscular ao assoalho pélvico e/ou descolamento da fáscia pubocervical, por estiramento ou compressão mecânica dos nervos pélvicos. Lesões causadas mais freqüentemente durante a segunda fase do trabalho de parto.A obesidade piora a condição de incontinência por aumentar a pressão intra-abdominal.
DIAGNÓSTICO
Estudo UrodinâmicoÉ um termo genérico que compreende o estudo funcional da bexiga e/ou uretra. Fazem parte desse exame a fluxometria, cistometria, estudo fluxo/pressão, a eletromiografia, perfil pressórico uretral e a pressão de perda.Tem particular importância na determinação da causa da incontinência urinária, na terapêutica , apesar de ser um exame invasivo e agressivo, utilizar como instrumento para sua execução sondas intra uretral e a paciente se expor durante o exame urinando na presença de pessoas estranhas, constitui-se na abordagem diagnóstica mis segura da Incontinência Urinária.
ORIENTAÇÕES PARA COMPLEMENTAÇÃO DIAGNÓSTICA
Faz-se a assepsia do local com polvidine, introduz-se cotonete estéril embebido em xylocaína até que a resistência seja vencida, marcando-se aí como ponto zero (0), solicita-se uma contração voluntária ou manobra de Valsalva e com o goniômetro mede-se angulação do cotonete.
AVALIAÇÃO FISIOTERÁPICA
ANAMNESE
Deve-se pesquisar:- Queixa e duração dos sintomas- Tipo de sintomas- Tempo de aparecimento dos sintomas- Situações em que ocorre a perda (IUE/Urgência)- Idade da Continência (controle da micção)- Fator desencadeante- Fatores que melhoram e que pioram os sintomas- Status hormonal- Se há relacionamento do sintoma com algum evento como parto normal ou alguma cirurgia ginecológica.- Hábitos intestinais: número de evacuações por semana/ período de tempo para evacuar.- Hábitos de vida; (cigarro, álcool, alimentação, obesidade)EXAME FÍSICOInclui:Inspeção- Medicações
· Hérnias
Assoalho Pélvico
· Mucosa hiperêmica· Presença de irritação local· Presença de Corrimentos· Presença de Mamilos Hemorroidários· Presença de Escorições· Presença de Micoses· Presença de cicatrizes· Presença de Epsiotomias· Presença de Varicosidades· Abertura Vulvar· Distância Ano-Vulvar
Palpação
· tônus da musculatura perineal através da palpação das paredes vaginais· capacidade de realizar contração voluntária (introduzindo-se os dedos indicador e dedo médio devidamente calçados de luva, dentro do canal vaginal, solicita-se à paciente para " prender" os dedos na vagina)· tônus da musculatura glútea , abdominal e adutora· alterações de sensibilidade· em pacientes idosos ou debilitados solicita-se a deambulação e as possíveis alterações posturais como desequilíbrios, instabilidades e incoordenações motoras.
TESTES ESPECIAIS
· Força Muscular (Abdominal e Assoalho Pélvico)· Diástase dos Retos Abdominais· Núcleo Fibroso Central do Períneo· Reflexos Sacrais (bulbocavernoso e cutâneo anal)
TRATAMENTO FISIOTERÁPICO
Os resultados positivos dessas técnicas dependem da boa avaliação do paciente e da escolha da técnica e parâmetros de tratamentos para cada tipo específico de Incontinência que será tratada.
TRATAMENTO CONSERVADOR
O objetivo é separar-se a percepção da necessidade de urinar do ato de urinar, permitindo à mulher restabelecer o controle cortical sobre a bexiga.
REEDUCAÇÃO PÉLVICO - PERINEAL
A reeducação pélvico - perineal pode ser usada tanto de forma preventiva para toda a musculatura, quanto de forma curativa para músculos enfraquecidos.
MODALIDADES DE TRATAMENTO CONSERVADOR
A eletroestimulaçao vem adquirindo grande importância entre as modalidades de tratamento conservador da I.U.E, visa essencialmente promover o fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico através de contrações eletricamente induzidas, sem que necessariamente haja a participação ativa da paciente.
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