domingo, 24 de outubro de 2010

Manobras Fisioterapêutica de Higiene Brônquica ou Desobstrutivas


F A terapia de higiene brônquica envolve o uso de técnicas não invasivas de depuração das VA destinadas a auxiliar na mobilização e remoção de secreções retidas melhorando a troca gasosa e reduzindo o trabalho respiratório.

Entre as indicações gerais da terapia de higiene brônquica encontram-se (Egan, 2000).

Pacientes gravemente doentes com secreção copiosa;

Pacientes com insuficiência respiratória aguda com sinais clínicos de retenção de secreção (ruídos respiratórios, deterioração da gasometria arterial, alterações da radiografia torácica).

Pacientes com anormalidades V/Q em virtude de infiltrados ou condensações pulmonares

* Tosse de Huffing / Técnica de Expiração Forçada (TEF)

Revisão:

- A tosse é um reflexo protetor (fisiológico) que é gerado pela atividade mucociliar.

- Qualquer partícula que penetre nas VA e promove uma irritação dos cílios pode levar ao reflexo de tosse.

- Durante o mecanismo da tosse o diafragma “sobe” e a musculatura abdominal se contrai bruscamente, expulsando um grande volume de ar dos pulmões.

- A tosse pode ser eficaz ou ineficaz, seca ou produtiva.

- A tosse seca ou improdutiva é aquela que não produz nenhum tipo de ruído durante a tosse, exceto o som do ar saindo das VA. A tosse produtiva é aquela que escuta o som do descolamento e deslocamento das secreções brônquicas associadas à saída do ar das VA, podendo ou não apresentar expectoração.

- Tosse voluntária que irá manter a glote aberta na fase compressiva.

F Técnica Huffing: o fisioterapeuta pede ao paciente que inspire profundamente, coloque a língua para fora e expire mais rápido e forte quanto possível com a glote aberta (huffing de alto fluxo e volume).

Normalmente, durante a realização do huffing ocorre a tosse reflexa. Esta técnica é muito utilizada no pós-operatório de cirurgias torácicas, cardíacas e abdominais, nestes casos solicita-se ao paciente que aperte um travesseiro contra a região da cicatriz cirúrgica para evitar dor e ruptura de pontos.

OBS 1: Huffing com alto fluxo e volume é mais eficaz na remoção de secreções pulmonares mais Centrais; (inspiração profunda e expiração rápida).

OBS 2: Huffing com baixo fluxo e volume é mais eficaz na remoção de secreções mas Periféricas; (inspiração e expiração tranqüila).

OBS 3: a duração tem que ser suficiente para promover o deslocamento de secreções.

F Técnica de Expiração Forçada: Deve ser feito uma ou duas manobras de Huffing com baixo fluxo e volume seguido de controle ou respiração diafragmática (5 – 10 segundos).

- Indicada para doenças com * Fibrose Cística, * Enfisema, * Bronquiectasia.

- Efeito: Semelhante ao huffing de baixo fluxo e volume, porem o controle diafragmático realizado após o huffing preveni o aumento da resistência ao fluxo aéreo, previnindo a obstrução das VA.

F Precaução: Possibilidade de precipitar broncoespasmo e fadiga.

* Tosse Dirigida/ Técnica

- Durante a tosse o diafragma “sobe” e a musculatura abdominal se contrai expulsando o ar dos pulmões.

- Para que a tosse seja eficaz o manovacuômetro deve apresentar valores maiores que 20 cmH2O.

- É uma técnica eficaz na eliminação de secreções centrais e não periféricas (Egan, 2000).

F Técnica: tosse voluntária e assistida

orientando o paciente (de preferência

sentado) para realizar uma

inspiração profunda e uma expiração

com a glote fechada e expectora.

- Para que o paciente realize a fase compressiva corretamente (contração do abdome com a glote fechada) corretamente deve-se auxiliar o paciente a realizar uma manobra de Valsalva.

- O fisioterapeuta pode ajudar na contração da musculatura abdominal.

- 3 - 4 repetições.

F Fisiologia: a compressão realizada no tórax eleva as pressões abdominais e torácicas, aumentando a pressão pleural e nas VA, favorecendo a expectoração.

F Contra-Indicação: * ↑ PIC; * Lesões instáveis de cabeça, pescoço e coluna; *P.O.I de cirurgia torácica; * Hemoptise; * Osteoporose;*Fraturas de costelas; * Gravidez; * Pneumotórax não drenado.

* Estímulo da Tosse

- Estimulo na região superior da traquéia.

F Indicação:*Pacientes comatosos e inconscientes; *Paralisia Cerebral; *Deficientes Mentais; * Bebês hipotônicos.

F Contra-Indicação:* Pacientes que podem desencadear tosse voluntária.

* Massagem Perinasal

- Visa desobstruir as VA, facilitando a passagem de ar pela cavidade nasal durante a respiração.

F Técnica: Massagem circular na região

perinasais para estimular o

deslocamento de secreções retidas nos

seios paranasais e favorecer a

circulação sanguínea na cavidade

nasal.

F Indicação: * Sinusite, * Rinites.

* Compressão Torácica / Pressão Expiratória

F Técnica: realizar uma compressão no tórax do paciente para baixo e para dentro durante a expiração

F Objetivo: * “Desinsuflar os pulmões”

* Melhorar a oxigenação sanguínea.

* Ganhar mobilidade da Caixa

Torácica.

* Estimular a tosse.

- Acelera o fluxo expiratório facilitando o deslocamento de secreções em direção a traquéia.

F Contra-Indicação: * Fraturas de Costela;

*Pneumotórax

espontâneo não drenado;

* EAP;

* Cardiopatias Valvulares;

* Crise de Falta de Ar;

* Patologias Abdominais

Agudas;

* Tórax Senil (relativa).

* Respiração Contrariada/ Compressão – Descompressão / Estimulação Costal.

F Técnica: mãos entre os arcos costais,

aplica-se uma compressão durante a

expiração para dentro e para baixo,

quando o paciente iniciar a inspiração

(1/2 ou 2/3) retira-se subitamente as

mãos.

F Objetivo: *Reexpansão pulmonar e torácica;

* ↑ a Flexibilidade das articulações

costovertebrais e condroesternais;

* Descolamento e Deslocamento

de secreções.

F Indicação: * Doenças Restritivas;

* Secreções.

F Contra-Indicação:* Hiperinsulflação

pulmonar ou horizontalização

acentuada das costelas.

* Tapotagem / Percussão Torácica

- Manobras realizadas com as mãos de forma rítmica e constante, proporcionando vibrações mecânicas.

F Objetivo: * Descolar a secreção pulmonar

viscosa;

* Deslocar a secreção para a

árvore brônquica;

1. TAPOTAGEM

F Técnica: percutir com as mãos e concha ou

dedos aduzidos.

- a região deve estar protegida por

um pano.

- MMII fletidos;

- pouco usado na região supina;

- orientar a respiração.

F Contra-Indicação: * Sibilos (dispnéia, EAP, crise asmática); * Fraturas de Costelas; * Cardiopatia Grave; * Hemoptise; * P.O; * Tórax Senil; * Osteoporose; * Enfisema.

Mas na expiração para favorecer a expulsão e condução das secreções para região de maior calibre” (Dirceu Costa).

2. PERCUSSÃO CUBITAL

F Técnica: movimento das mãos semi fechada;

- menos desconfortável;

- pode ser usada na região anterior

do tórax;

- estimula a tosse;

- 3 a 5 seg. na mesma região

OBS: podendo ser intercalado com controle diafragmático ou SMI;

OBS: Desloca secreções mais Centrais.

* Vibração Torácica

F Técnica: Movimentos rítmicos e rápidos no tórax com as mãos espalmadas (mediante contrações isométricas) durante a expiração.

F Objetivo: Descolar e Deslocar as secreções das VA periféricas para Centrais através do Tixotropismo e pelo aumento do transporte mucociliar.

F Contra-Indicação: * Tórax rígido ou doloroso;

* Idosos (relativa).

* Drenagem Postural

F Técnica: Usar a gravidade associada à anatomia das vias aéreas, para favorecer o deslocamento das secreções brônquicas (através da verticalização dos brônquios) dos segmentos mais distais para regiões mais centrais, sendo mais facilmente removidas.

* Tempo de 3 à 15 Min.

F Cuidados: Alguns cuidados devem ser tomados antes e durante a aplicação da técnica:

* O paciente não deve ter realizado nenhuma refeição, pelo menos duas horas antes do início da drenagem;

* A parte hemodinâmica do paciente deve estar sendo monitorizada regularmente. (PA, FC, FR e SO2) .

* Explicar ao paciente o consiste a técnica;

*Intercalar com repouso e relaxamento,

* Não devendo ultrapassar 30 – 40’;

OBS: Em casos de tosse vigorosa deve sentar o paciente até a tosse cessar.

F Utilização clínica:

“As posturas são raramente utilizadas de forma isoladas. O mais freqüente é o seu uso associado com outras técnicas de higiene brônquica, o que torna impossível o papel específico da postura e das técnicas associadas.”

CONCENSO DE LYON – 1994.

F Requisitos:

* Conhecimento da distribuição da árvore brônquica para a seleção de posição de acordo com o lobo ou segmento afetado;

* Vestimenta: o essencial, sem nenhuma roupa ou objeto, que limite os movimentos torácicos;

* Aspirador ou recipiente onde colocar o escarro, estando ao alcance do paciente;

* Visto que as posturas devam ser mantidas por certo tempo, é necessário um adequado relaxamento na posição de drenagem;

* Enquanto se realiza a drenagem, é necessário um aumento da ventilação.

F Indicação: * Fibrose; * Bronquiectasia, * DPOC com secreção copiosa; * Abcesso Pulmonar.

F Contra-Indicação: * ↑PIC, * Instabilidade Hemodinâmica, * Fratura de Costela e CV, * Fístula Broncopleural, * Empiema, * Arritimia Cardíaca, * P.O.I, * Angina ou Enfarto, * Edema ou Embolia Pulmonar; * TB ativa, * Hemoptise, * Pneumotórax, * Intolerância referida pelo paciente.

* EPAP

- Usada para expansão ou desobstrução;

- Favorece a remoção de secreções em pacientes com DPOC;

* Flutter / Shaker

- Técnica que promove uma resistência oscilatória ao fluxo aéreo durante a expiração;

- A variação no fluxo expiratório favorece o deslocamento de secreções pulmonares, por meio da viscosidade do muco e estimular o reflexo da tosse.

F Objetivo: * Desobstrução das VA.

F Técnica: * Sentado (preferencialmente);

*Secreções mais Centrais: colocar o aparelho na horizontal e pede para fazer inspirações profundas e expirar rapidamente e forte;

* Secreções mais Periféricas: aparelho um pouco inclinado na vertical e a expiração deve ser feito lentamente.

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