se apresentam, exemplificando-se a ansiedade.
gestação.
Segundo Polden (2000), “... nós,
físicos sejam minimizados”. Através
preparando-a para um parto ativo e consciente.
saudáveis e tranqüilos (De Conti, 2003;Fadynha, 1999).
A assistência às gestantes no ambulatório
de Pré-natal do HULW vem
sendo realizada de maneira sistemática
desde o segundo período letivo de 2001,
com grupos de mulheres em diferentes
estágios gestacionais e, quando possível,
com os seus companheiros.
A programação educativo-terapêutica
consta de dois momentos distintos.
O primeiro acontece em dois encontros
semanais que denominamos de
grupo flutuante, no qual as gestantes e
seus acompanhantes assistem a palestras
educativas desenvolvidas pelos alunos
da disciplina em sala de espera, enquanto
aguardam suas consultas médicas.
Os temas apresentados são previamente
escolhidos e preparados, e se referem
às modificações gravídicas, fases
e tipos de parto, puerpério, aleitamento,
cuidados com o bebê e métodos contraceptivos.
Como recursos didáticos são
utilizados cartazes e folders confeccionados
pelos próprios acadêmicos que
discutem informalmente com as participantes.
Nesses encontros, as gestantes
são convidadas a freqüentar atividades
mais específicas de atenção à gestação.
Aquelas que aceitam o convite, passam
a participar do segundo momento, constituindo-
se o grupo fixo de gestantes, o
qual ocorre num encontro semanal, onde
são aplicadas técnicas de respiração específicas
para a gestação e o trabalho de
parto, bem como a cinesioterapia adequada
à idade gestacional, com alongamento
e fortalecimento de vários grupos
musculares; conscientização e exercícios
para o assoalho pélvico; relaxamento
e vivências. Além destas atividades, recebem
informações sobre posturas corretas
para amamentar, dormir, sentar,
levantar da cama, bem como as posturas
adotadas no ambiente domiciliar e
de trabalho.
... nós, fisioterapeutas,
podemos auxiliar a
mulher a adaptar-se
às mudanças
corporais do início
ao final de
sua gravidez...
As referidas atividades são realizadas
por alunos, orientados e supervisionados
pelas professoras da disciplina
Fisioterapia Aplicada à Ginecologia-
Obstetrícia e Pediatria, do curso de Fisioterapia
da Universidade Federal da
Paraíba.
É importante esclarecer que, durante
a realização das referidas atividades,
as gestantes são estimuladas a desenvolver
o diálogo entre elas e os facilitadores
(alunos e professores), favorecendo
assim a troca de experiências que
enriquece a assistência e o acolhimento
entre todos os participantes.
Após o término de cada grupo que
coincide com o final do período letivo,
os alunos da disciplina juntos com as
professoras organizam um Encontro de
Gestantes com o grupo fixo e um Encontro
de Bebês, com as mulheres que
participaram do grupo anterior, e já vivenciaram
o parto. Neste último, as
mães presentes com os seus respectivos
bebês relatam suas experiências como
parturientes e puérperas, ao mesmo tempo
em que nos trazem um feedback com
relação aos resultados esperados pelo
nosso trabalho, facilitando uma avaliação
na metodologia da disciplina e da
assistência destinada às gestantes.
Considerações finais
A experiência humana da gestação,
do parto e do puerpério constitui
uma passagem muito marcante e que pode
ser enriquecedora para todos que com ela
estejam envolvidos. O ideal seria que todas
as mulheres tivessem oportunidade
de viver este processo, como sendo um
prolongamento de sua vida afetiva e sexual,
dispondo da assistência médica
quando necessária, onde os profissionais
desempenhariam um importante papel
coadjuvante durante toda esta trajetória.
Diante da experiência que vivenciamos
na assistência às gestantes, percebemos
que há um longo caminho a percorrer
nos serviços de assistência ao prénatal
e nas maternidades, até que as mulheres
tenham acesso a um atendimento
ao parto seguro e acolhedor, segundo as
próprias recomendações do Ministério da
Saúde no Brasil, respeitando as suas necessidades
físicas, emocionais, psicológicas,
sociais e espirituais.
Observamos que os benefícios da
assistência realizada pelo fisioterapeuta,
entre outros profissionais da equipe
multi ou interdisciplinar prestada às gestantes,
segundo os seus relatos, proporcionam
um bem-estar físico e psicológico,
uma diminuição das dores musculares,
ampliação dos conhecimentos e
maior dedicação ao autocuidado, resultando
em uma melhor qualidade de vida
durante a gestação.
Nesse sentido, tais procedimentos
também contribuem para a humanização
do parto e o momento do nascimento,
com confiança, sem medo, com
melhor aceitação e participação no parto
normal quando possível, favorecendo
uma experiência positiva na sua vida,
enquanto contexto social, familiar e realização
como mulher e mãe.
Além disto, acreditamos que essa prática
enriquece o aprendizado, pois estimula o
aluno a aprofundar seus conhecimentos de
forma dinâmica e participativa, tornando gratificante
sua experiência de vida acadêmica.
B I B L I O G R A F I A
DE CONTI et al. Efeito de técnicas fisioterápicas sobre os desconfortos
músculo-esqueléticos da gestação. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia.
São Paulo, v. 25, n. 9, out 2003.
FADYNHA, M. Meditações para gestantes: o guia para uma gravidez saudável,
plena e feliz. Rio de Janeiro: Sextante, 1999.
MANUAL DO MINISTÉRIO DA SAÚDE. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência
Humanizada à mulher. Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde,
Área Técnica da Mulher. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.
POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia. São
Paulo: Livraria e Editora Santos, 2000.
OLIVEIRA, M. E. de; ZAMPIERI, M. F.; DE BRÜGGEMANN, O. M. A melodia da
humanização do parto: reflexões sobre o cuidado no processo do nascimento.
Florianópolis: Cidade Futura, 2001.
RODRIGUES, L. P. Lobas e grávidas: guia prático de preparação para o parto
da mulher selvagem. São Paulo: Ágora, 1999.
WHO- World Health Organization. World Health Day: Safe Motherhood.
Geneva, 1998.